14/12/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
NIGHT CALL
de Jacques Tourneur
com Gladys Cooper, Martine Bartlett, Nora Marlowe
Estados Unidos, 1964 - 25 min / legendado eletronicamente em português
THE LEOPARD MAN
O Homem Leopardo
de Jacques Tourneur
com Dennis O’Keefe, Margo, Jean Brooks, James Bell
Estados Unidos, 1943 - 65 min / legendados em português
NIGHT CALL foi filmado para a antológica série televisiva
The Twilight Zone, e fora livremente baseado num conto de Richard Matheson (
Long Distance Call, 1961). Telepatia, telefone, televisão, e sinais de necromancia: este episódio de Tourneur tem, em pleno fulgor, a sua inquietante sensibilidade com material sobrenatural. Uma senhora idosa (Gladys Cooper) não reconhece a voz rouca e sussurrante, do outro lado do telefone, que a chama incessantemente, enquanto ela está doente e deitada na cama. Só após uma terrível tempestade é que lhe encontra uma lógica obscura. Sobre o sucesso de NIGHT CALL, Tourneur disse: “É muito estranho - recebi telefonemas momentos antes do fim da transmissão do programa até à meia-noite. As mulheres diziam-me: ‘Tenho medo de ir para a cama, tenho medo de atender o telefone’. Até a minha própria mulher tinha medo. Portanto, o objetivo que eu procurava tinha sido alcançado”. O regresso real, ou simbólico, dos mortos ocorre em toda a obra do realizador. Um dos grandes filmes “por telefone”, ao lado de LA VOIX HUMAINE (de Rossellini, com Magnani, a partir de Cocteau) ou, possivelmente, da versão de 1945 de SORRY, WRONG NUMBER, primeiro trabalho para televisão de Nicholas Ray, feito em direto e atualmente perdido. THE LEOPARD MAN é um pioneiro de um género: o dos
serial-killers psicopatas. Só que um filme destes, feito por Tourneur, em nada se compara com os que vieram depois. Como nos outros filmes feitos para Val Lewton, tudo se coloca sob o signo da sugestão, das sombras e do medo, sem necessidade de exposição, sem que veja o monstro nem os seus crimes. O pano de fundo é uma pequena cidade do México onde decorre uma série de horríveis mortes que, devido às características das feridas, são atribuídas a um leopardo. “Com este desfilar de medos e de culpas alinham as simetrias e as rimas narrativas e visuais. Se o filme procede por interrupções – os aparentes desvios para as histórias paralelas de cada uma das vítimas –, a sua consistência é bastante mais funda. E como se disse, bastante subterrânea. Como o medo e como a culpa” (Maria João Madeira). NIGHT CALL é exibido em cópia digital.
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