Realizado no mesmo impulso cinematográfico que HUMAIN, TROP HUMAIN, este documentário sobre um conhecido logradouro parisiense em tudo difere daquele filme, o que era inevitável pois aquilo que se passa numa fábrica é predeterminado, ao passo que o que se passa num espaço público é, por definição, imprevisível. O gesto cinematográfico de Malle nestes noventa e dois minutos sobre uma praça parisiense é semelhante ao que tivera na Índia pousar a câmara e observar, sem “guião” preestabelecido, descobrir coisas ao acaso com a diferença fundamental de que na Índia ele confrontava-se a um mundo do qual tinha consciência que nada percebia, ao passo que em Paris tinha perfeita consciência cultural daquilo que via. Contrariamente a HUMAIN, TROP HUMAIN, há muitos monólogos e diálogos em PLACE DE LA RÉPUBLIQUE, que também é um filme de “personagens”, que ali trabalham ou transitam diariamente por aquele espaço. Primeira apresentação na Cinemateca.
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