Nascido no Porto, António Reis foi poeta antes de conhecer Manoel de Oliveira, que o convidou para ser assistente de realização do seu filme ACTO DA PRIMAVERA, estreado em 1963. Nesse mesmo ano e no seguinte, realizou duas curtas-metragens (uma delas com César Guerra Leal), mas é uma década mais tarde que se começa a consolidar a sua expressão no cinema, com JAIME (1974) e, posteriormente, com as três longas-metragens que realiza em conjunto com Margarida Cordeiro.

Neste encontro com Margarida Cordeiro, cresce um cinema de grande rigor estético e formal, de carácter profundamente telúrico, entre a etnografia e a poesia. Uma obra singular na História do cinema português e fundamental na formação de cineastas contemporâneos, como Pedro Costa, João Pedro Rodrigues, Manuela Viegas ou Manuel Mozos.

A obra integral de António Reis e de Margarida Cordeiro foi digitalizada pela Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema a partir dos melhores suportes originais em arquivo. As novas cópias digitais possibilitam uma aproximação à realidade técnica atual das salas, permitindo a circulação dos filmes e o contínuo desvendar da história do cinema português.

Ao longo do mês de agosto, a obra de Reis e Cordeiro poderá ser vista no Theatro Circo de Braga, numa retrospetiva pensada pelo Lucky Star – Cineclube de Braga.