Entre os próximos dias 19 e 24 de setembro a Cinemateca dedica uma retrospetiva à obra de Ariel de Bigault. Profunda conhecedora da história e da cultura portuguesas, a cineasta francesa tem levado a cabo uma das mais consistentes e empenhadas indagações cinematográficas sobre a história que liga Portugal ao resto do mundo lusófono. Exemplo disso é o seu mais recente filme FANTASMAS DO IMPÉRIO, narrativa que se propõe despertar velhos fantasmas do passado colonialista no coração do imaginário coletivo português a partir das imagens do cinema feito em Portugal, ou os filmes AFRO LISBOA (1997) e MARGEM ATLÂNTICA (2006).
A sua obra inclui também retratos de grandes figuras do universo musical afro-brasileiro: na série ÉCLATS NOIRS DU SAMBA, dos quais serão exibidos neste ciclo os filmes dedicados a Martinho da Vila, Zé da Velha, Zézé Motta e Gilberto Gil, e no documentário CANTA ANGOLA, retrato da paisagem musical de Angola, a exibir numa sessão que incluirá um conjunto de videoclips com artistas ligados à cultura negra assinados pela cineasta.
Destaque ainda para uma sessão que reúne EDUARDO E FERNANDO e ESTÃO A VER-NOS? duas obras raríssimas, filmadas em 16 mm sobre o mundo da infância: o primeiro documenta as brincadeiras e o mundo de duas crianças com síndrome de Down, ao passo que ESTÃO A VER-NOS? mostra os sonhos de uma criança cega.
No último dia da retrospetiva, às 18h na esplanada da Cinemateca, a realizadora participa no debate Das Margens para o Foco, uma conversa com Ariel de Bigault, Ângelo Torres e outros participantes sobre a presença e a visibilidade - no teatro, televisão e no cinema em Portugal – dos atores, guionistas, encenadores e realizadores originários das ex-colónias portuguesas.
O Ciclo Ariel de Bigault: Margens Atlânticas está integrado no programa da Temporada Portugal-França 2022 e contará com a presença da realizadora em todas as sessões. Mais informações
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