Começa hoje a 40ª edição do Festival Internacional de Cinema Mudo de Bonn, na Alemanha. Até 18 de agosto, serão apresentados clássicos recentemente restaurados, redescobertas e obras raras da cinematografia mundial.
No dia 14, será exibido numa projeção ao ar livre para mais de 1500 espectadores a obra-prima do cinema mudo português, MARIA DO MAR (1930) de Leitão de Barros.
Uma síntese local das vanguardas cinematográficas europeias dos anos 1920, este filme combina uma composição e montagem muito inovadoras do ponto de vista formal com um olhar etnográfico sobre a comunidade piscatória da Nazaré, onde foi rodado. A mistura equilibrada entre modernidade e tradição, assim como a fluidez entre documentário e ficção, fazem deste filme uma obra fundadora na história do cinema português e um marco do cinema mudo europeu.
A sessão terá acompanhamento musical ao vivo pelos artistas Elizabeth Jane Baldry (harpa) e Stephen Horne (piano, flauta, acordeão).
De 16 a 18 de agosto, o filme estará disponível para todo o mundo em
streaming online, com legendas em alemão, a partir da plataforma
https://stummfilmtage.culturebase.org
Em 2000, MARIA DO MAR foi o primeiro filme trabalhado pelo laboratório de restauro fotoquímico da Cinemateca Portuguesa. O restauro digital de 2021 foi realizado pela Cinemateca no âmbito do projecto FILMar, integrado no Mecanismo Europeu de Financiamento EEA Grants 2020-2024.
O filme encontra-se também disponível editado em DVD pela Cinemateca Portuguesa, com a composição original de Bernardo Sassetti, orquestrada por Vasco Pearce de Azevedo, Bernardo Sassetti e Luís Tinoco, e gravada em 2010 por Bernardo Sassetti (piano), Filipa Pais (voz), e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa (conduzida pelo Maestro Vasco Pearce de Azevedo).