As Imagens de Portugal tiveram três séries entre 1953 e 1970, sendo produzidas para o Secretariado Nacional da Informação do Estado Novo pela SPAC, a Doperfilme e a Tobis. Com 449 números e mais de 70 horas de imagens, as Imagens de Portugal são um arquivo audiovisual incontornável para estudar o país ao longo daquele período de quase duas décadas. As Imagens de Portugal marcam também a profissionalização do género, tendo contado com a supervisão técnica de realizadores e produtores como António Lopes Ribeiro ou Perdigão Queiroga, para além de muitos dos mais importantes operadores de imagem portugueses das décadas de cinquenta e sessenta. Sendo, ainda, um dos instrumentos mais sistemáticos de propaganda do Estado Novo, as Imagens de Portugal devem ser vistas não só como uma fonte para a história do país, mas também como uma fonte para a história do próprio regime autoritário português e dos modos como o mesmo conseguiu garantir a sua sobrevivência institucional e política até à Revolução de 1974.

A Cinemateca Digital, que já inclui atualmente mais de 100 horas de registos correspondentes a mais de 500 curtas-metragens de não-ficção da primeira metade do século XX, irá publicar ao longo dos próximos anos os restantes números das Imagens de Portugal.

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