Escritos sobre cinema de João Bénard da Costa - Lançamento do sexto volume do Tomo I
Ainda não é o fim mas estamos já muito perto. Na próxima quarta-feira 20 de dezembro, às 19h00, no início da sessão com o SHANGHAI EXPRESS de Sternberg, a Cinemateca lança o sexto e último volume do Tomo I desta grande edição.
Último dedicado aos realizadores e respetivos filmes, este é o volume que vai do S ao Z, começando em Leontine Sagan e terminando em Valerio Zurlini, e onde são abordados (para citar só alguns entre aqueles sobre quem João Bénard da Costa mais escreveu), W. Schroeter, D. Sirk, J. Sternberg, M. Stiller, H.-J. Syberberg, F. Truffaut, E. Ulmer, K. Vidor, L. Visconti, R. Walsh, O. Welles ou B. Wilder.
Este volume será apresentado por Luís Miguel Oliveira.
A edição será terminada logo nos primeiros meses de 2024, com o lançamento do Tomo II, dedicado a outras personalidades de cinema e a temas.
“SHANGHAI EXPRESS é o filme da mudança. Mas é também o filme do eterno retorno. Tal como a viagem é feita de paragens e flashbacks (de pausas e memórias), a chegada é idêntica à partida. No fim como no princípio, Marlene e Clive Brook estão em compartimentos contíguos. «You've changed a lot, Shanghai Lily». E será preciso muito mais que o "Doc" para a mudar de novo em Magdalen. Talvez o absoluto entrevisto na sequência da oração; talvez o silêncio de Anna May Wong. Em qualquer caso, ninguém de carne e osso poderá atravessar a forma de esperança que neste filme, através do verbo, se faz luz. A luz mais depurada de Sternberg no seu filme mais litúrgico, dissolução do que muda no que permanece, eterno retorno do deserto e do mar na culminante suspensão da viagem no tempo, sem progressão no espaço.”
JOÃO BÉNARD DA COSTA Folha de sala SHANGHAI EXPRESS / O EXPRESSO DE XANGAI (1932)