Em abril a Cinemateca volta a colaborar com a Festa do Cinema Italiano para mais uma retrospetiva de autor, este ano dedicada à obra de Antonio Pietrangeli (1919-1968). Um dos grandes mestres do cinema italiano, cuja filmografia merece ombrear com a de outros autores de relevo na Itália das décadas de 1950 e 60, Pietrangeli será eventualmente menos conhecido do que os seus pares em resultado de uma morte prematura, sendo hoje não um ilustre desconhecido, mas um autor menos lembrado do que mereceria a extraordinária obra que assinou.
Tendo-se iniciado na crítica de cinema e na escrita argumentos para outros cineastas, Pietrangeli foi um cineasta de mulheres e alguém que filmou a condição feminina como poucos, desconstruindo em simultâneo os mitos associados à masculinidade. Estes retratos femininos, com traços que aliam o realismo à poesia, fizeram de Pietrangeli um observador atento de temas como a solidão, a emancipação feminina e as inúmeras contradições da sociedade moderna através do recurso a um fino humor. Esta característica tornou-o um dos autores que melhor fez a transição entre o neorrealismo e a
commedia all’italiana.
Depois de ter sido um dos realizadores destacados no ciclo de 2021
“Cinema Italiano Lado B”, também organizado pela Cinemateca em colaboração com a Festa do Cinema Italiano, é tempo de mostrar toda a sua obra, que influenciou profundamente as gerações futuras do cinema italiano, numa retrospetiva integral dos 13 filmes que realizou. A retrospetiva incluirá títulos como ADUA E LE SUE COMPAGNE (1960), LA VISITA (1963) e IO LA CONOSCEVO BENE (1965) e chegará aos ecrãs da Cinemateca entre os dias 1 e 23 de abril.