A programação de abril na Cinemateca volta os olhos para 1974 sob o mote “25 de Abril, Sempre | O Movimento das Coisas”, especialmente dedicado ao cinema documental feito em Portugal nos primeiros anos da revolução, organizado em colaboração estreita com a RTP, de cujo arquivo vêm boa parte das cópias de alguns dos títulos menos vistos deste período. No dia 25, a Cinemateca vai estar aberta com um programa especial. Também em destaque estão um Ciclo dedicado à obra de Mario Bava e a apresentação do título inédito de Orson Welles, “Too Much Johnson”, e sessões da secção “Diretor’s Cut” do IndieLisboa’14.
A retrospetiva concebida nos 40 anos do 25 de Abril, que terá uma segunda parte em maio, é organizada em abril a partir de três eixos fundamentais, reunindo um importante núcleo de filmes anteriores a abril de 1974 que revelam como “O Cinema Já era Novo”, estabelecendo uma ponte com as retrospetivas Paulo Rocha e Fernando Lopes, anunciando a prevista retrospetiva dedicada à obra de realizador e produtor de António da Cunha Telles, e onde figuram títulos como “O Mal Amado” de Fernando Matos Silva ou “Jaime” de António Reis; um conjunto de filmes de registo militante documentando e intervindo nos acontecimentos quotidianos do processo revolucionário em curso (PREC), muitos dos quais realizados coletivamente e produzidos para ou pela televisão, e que se intitula “Ação e Intervenção”; um núcleo designado “Por Uma Cultura Popular” constituído por filmes de cariz etnográfico e centrados na cultura popular. Balizado por “Brandos Costumes” e “Gestos & Fragmentos”, de Seixas Santos, a apresentar a 1 e a 30, o Ciclo inclui a apresentação de outros títulos centrais da filmografia de abril, como “Bom Povo Português” de Rui Simões, ou “Scenes from the Class Struggle in Portugal” de Robert Kramer, mas também de filmes menos conhecidos que o tempo foi tornando raridades de abril, e um foco sobre o cinema amador.