PROGRAMA
LA CHAMBRE
de Chantal Akerman
com Chantal Akerman
Bélgica, 1972 – 11 min / mudo, sem diálogos
CHANTAL AKERMAN PAR CHANTAL AKERMAN
de Chantal Akerman
com Chantal Akerman
França, 1996 – 63 min
Em LA CHAMBRE, rodado em Nova Iorque “sob a influência” da descoberta de Michael Snow (LA RÉGION CENTRALE, 1971), Chantal Akerman filma-se num singular autorretrato no decurso de longa e lenta panorâmica que percorre repetidamente o espaço de uma divisão, descrevendo-a. Às influências do cinema estrutural soma-se ainda o encontro com Babette Mangolte, que assinará a fotografia de LA CHAMBRE e dos filmes seguintes realizados por Akerman nos anos setenta nos Estados Unidos, como HOTEL MONTEREY e NEWS FROM HOME. Produzido para a série CINÉMA, DE NOTRE TEMPS, CHANTAL AKERMAN PAR CHANTAL AKERMAN é um autorretrato assumido, com a cineasta dos dois lados da câmara a usar excertos dos filmes precedentes para documentar o seu próprio trabalho, resguardando uma dimensão de ficção. Um filme que assim nos permite uma viagem guiada por quem através das imagens sempre refletiu sobre a sua relação com as imagens.
LES RENDEZ-VOUS D’ANNA
de Chantal Akerman
com Aurore Clément, Helmut Griem, Magali Nöel, Hans Zieschler, Lea Massari
França, Bélgica, Alemanha, 1978 – 127 min
Um filme errante e melancólico que trata da dificuldade de integração num lugar e numa época. Na Europa de finais da década de setenta, Anna viaja de cidade em cidade para apresentar um filme seu. A viagem é marcada por diversos encontros. A protagonista, Aurore Clément, é uma espécie de “alter-ego” de Chantal e uma das presenças mais recorrentes no seu cinema.
TOUTE UNE NUIT
de Chantal Akerman
com Aurore Clément, Samy Szlingerbaum, Natalia Akerman, Simon Zalewski
Bélgica, França, 1982 – 90 min
TOUTE UNE NUIT segue um conjunto de indivíduos e de casais no desenrolar dos seus encontros e desencontros no calor de uma sufocante noite de verão pelas ruas, bares e quartos da cidade de Bruxelas. Como numa dança, os corpos aproximam-se e afastam-se numa verdadeira coreografia de gestos motivada pelo desejo. Através de uma narrativa ficcional fragmentada e de diálogos minimais, Akerman aborda assim alguns dos mais importantes aspetos das relações humanas: a paixão, o humor, a rejeição. Um filme pouco visto da cineasta.
SUD
de Chantal Akerman
França, Bélgica, 1999 – 70 min
HISTOIRES D’AMÉRIQUE: FOOD, FAMILY AND PHILOSOPHY
de Chantal Akerman
com Maurice Brenner, Carl Doztern, David Buntzman, Judith Malina, Eszter Balint
França, Bélgica 1988 – 92 min
Inspirada pelos escritos de William Faulkner, Akerman propôs-se realizar um documentário sobre a beleza do Sul dos Estados Unidos, mas a sua viagem é assombrada pelo violento homicídio de James Byrd Jr., que ocorreu em Jasper, uma pequena cidade do Texas. Não se tratando da autópsia de um linchamento racista, o filme procura sobretudo inquirir como o acontecimento se inscreve numa determinada paisagem mental e física. HISTOIRES D’AMÉRIQUE é um filme raro e uma narrativa informal da vida judaica no último século. Ligando identidade cultural ao contar de histórias, Akerman explora motivos recorrentes na sua obra como a imigração, o exílio, a família, a filosofia e o holocausto. Um filme exemplar no modo como revela como a obra de Akerman atravessa fronteiras, cruzando a sua história pessoal com do mundo.
NO HOME MOVIE
de Chantal Akerman
Bélgica, França, 2015 – 115 min
De uma profunda delicadeza e generosidade, NO HOME MOVIE é simultaneamente um diário, um aceno, uma despedida, uma visita repleta de entrelinhas confessionais. “Este filme é acima de tudo sobre a minha mãe, a minha mãe que já não se encontra entre nós. Sobre essa mulher que chegou à Bélgica em 1938, em fuga da Polónia, dos pogroms e da violência. Essa mulher que é sempre apenas vista dentro do seu apartamento. Um apartamento em Bruxelas. Um filme acerca de um mundo em movimento que a minha mãe não vê.” Belíssimo, NO HOME MOVIE seria o último filme de Chantal Akerman, que afirmou que a mãe, Natalia, era o centro da sua obra.
Consulte aqui as fichas detalhadas do programa.