04/11/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Não é o mais típico Wellman, é um filme único, e dos que mais estimava, desde logo por tê-lo construído à volta de Carole Lombard. Ao lado de Fredric March, no papel do jornalista que cobre, e alimenta, a história, a atriz interpreta uma mulher a quem é, erradamente, diagnosticada uma doença fatal por envenenamento, o que leva a uns dias de vida sonhada em Nova Iorque e a uma inaudita comoção nacional. As personagens, como a situação, são uma fraude, o frenesim é permanente, a violência da sátira ao mundo do sensacionalismo é tão extrema como a graça que tem. Uma produção Selznick, em Technicolor, a partir de um argumento creditado a Ben Hecht. “A característica mais abençoada de Wellman era a sua irreverência, cuja plenitude brilha no absurdo total de NOTHING SACRED, rara entre as mais geniais comédias
screwball dada a substância patego-imbecil”, argumentava Peter von Bagh (Il Cinema Ritrovato, 2014). Frank T. Thompson via-o como uma “comédia negra” porque todas as subtilezas giram à volta da ideia da morte, alinhada com ganância, oportunismo, traição. Nada é sagrado. A apresentar em digital.
A sessão repete no dia 29 às 17h30, na sala M. Félix Ribeiro
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