16/05/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Realizado em 1977, Eduardo Geada olha para trás, para dezembro de 1974, antecipando já o 11 de Março e o Verão Quente de 75. Para isso coloca dois mundos em confronto: de uma banda, uma companhia de teatro de revista que está a encenar uma peça no Parque Mayer (os ordenados estão em atraso, os atores e os técnicos ocupam o teatro e livram-se do empresário e do encenador, iniciando um processo de criação coletivo); da outra, uma família de financeiros cujo
pater familias pretende aproveitar o tumulto social e económico para abrir o primeiro canal de televisão privado. A hipocrisia grassa entre as classes altas (o filme deu brado pela violenta e desconcertante cena em que, em silêncio, se efetua um aborto clandestino) e o cinismo contamina os proletários. Pelo meio há um jovem adolescente que desperta para a sexualidade, uma atriz que se radicaliza politicamente e outra que se prostitui. Todos desempenham o seu papel nesse palco revolucionário que foi o PREC. A terceira longa-metragem de ficção de Eduardo Geada foi exibida na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, em 1978. A exibir em nova cópia digital.
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