12/05/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Filmado em 1973, sem apoios e com um orçamento mínimo, o filme centra-se na história de Sofia (interpretada pela estreante Luísa Nunes) que, ao regressar do colégio suíço onde foi internada após o falecimento da mãe, descobre na relação do seu pai (Artur Semedo) com uma nova mulher (Io Apolloni) uma realidade equívoca à qual não conseguirá escapar. Os olhares e os corpos entrecruzam-se, através de jogos de espelhos, manipulações sexuais, filmes perversos e choques de classe. Para isso contribui a presença de Jorge (Carlos Ferreiro), um jovem intelectual, professor de liceu, realizador de filmes amadores (mais ou menos eróticos) e leitor de Gustave Flaubert. Perdida nestas triangulações amorosas, Sofia deixa-se levar pelos fluxos do desejo, castigando-se pela sua entrega ao prazer. Organizado em três capítulos – Iniciação, Prática, Recapitulação – SOFIA E A EDUCAÇÃO SEXUAL é, segundo as próprias palavras do seu autor, um filme que “procura desmontar algumas das obsessões da burguesia nacional”. Pela sua ousadia política e pelo seu retrato despudorado da sexualidade feminina, o filme seria considerado como “dissolvente dos valores morais estabelecidos” e acusado “de levantar intencionalmente problemas de ordem sociopolítica.” Ou seja, só estrearia depois do 25 de Abril, num ciclo de filmes proibidos. A exibir em nova cópia digital, produzida no âmbito do PRR.
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