10/05/2025, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Cinemateca Júnior – Sábados Em Família
Nani-Na
“Canção de Embalar”
de Binka Jeliaskova
Bulgária, 1982 - 59 min
legendado eletronicamente em português e inglês | M/12
Binka Jeliaskova realizou apenas dois documentários, o esquema de produção búlgaro era muito hierarquizado, havendo uma clara distinção entre cinema de ficção, documentário e animação. Depois de A SUA ÚLTIMA PALAVRA, onde a realizadora contara a história de seis mulheres presas e condenadas à morte durante a Segunda Guerra Mundial, eis que regressa ao mesmo universo prisional, desta feita na Bulgária contemporânea. CANÇÃO DE EMBALAR retrata a prisão feminina de Sliven e foca-se, especificamente, na situação das crianças que nascem e crescem com as mães na prisão – e que, algumas delas, já adultas, acabam de novo encarceradas. O filme, realizado em 1982, foi proibido e acabou por só ser visto após a queda do regime soviético. A sessão integra o Ciclo “A Cinemateca com o IndieLisboa – Binka Jeliaskova: A Luta é um Murmúrio” (ver pág. 05). Primeira exibição na Cinemateca.
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10/05/2025, 16h00 | Sala Luís de Pina
Teremos Sempre Michael Curtiz (Parte III)
The Unsuspected
Sem Sombra de Suspeita
de Michael Curtiz
com Claude Rains, Joan Caulfield, Audrey Totter, Constance Bennett
Estados Unidos, 1947 - 103 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Magnífico exemplo do
film noir que surgiu no início dos anos de 1940, com as suas complexas intrigas repletas de fobias e mortes e a sua iconografia peculiar, que explora a fundo as possibilidades dramáticas da imagem a preto e branco. Na sua última colaboração com Curtiz, Claude Rains faz o papel de um radialista que narra séries de mistério. Obcecado pelo crime perfeito, assassina a sua secretária e tenta fazer passar o seu crime por um suicídio. Curtiz usa todos os recursos estilísticos do mais hipnótico dos géneros para criar um magnífico momento de cinema. O filme não é exibido na Cinemateca desde 1991.
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10/05/2025, 17h00 | Esplanada
Foco: Charlie Shackleton
A Cinemateca com o Indielisboa
Conversa com Charlie Shacketon
O Ensaio como Cinema, o Cinema com Ensaio
Charlie Shackleton é um exímio contador de histórias que tem explorado os limites do filme-ensaio, transformando a experimentação formal e o material de arquivo, sejam filmes ou memórias, numa reflexão sobre o próprio cinema, mas também sobre sermos humanos. Esta conversa, com a presença do realizador, propõe uma análise da sua obra, colocando-a em diálogo com o estado atual da crítica de cinema, onde a escrita tradicional persiste, lado a lado com formatos mais dinâmicos e efémeros. Como se transforma o pensamento sobre cinema num ecossistema de consumo veloz? Que espaço resta para o aprofundamento analítico na era da viralização?
10/05/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Foco: Charlie Shackleton
A Cinemateca com o Indielisboa
Zodiac Killer Project
de Charlie Shackleton
Reino Unido, 2025 - 91 min
legendado eletronicamente em português | M/12
com a presença de Charlie Shackleton
O ponto de partida é o fracasso do projecto do realizador britânico Charlie Shackleton em torno do famoso
serial killer conhecido pelo nome Zodiac, que originou um dos filmes de maior sucesso crítico de David Fincher. Face à impossibilidade de concretizar este seu ambicioso projecto, o realizador, conhecido pelos seus ensaios
found footage, produziu uma metarreflexão sobre o documentário que pretendia realizar, tirando partido de um jogo lúdico com as imagens, recheado de referências diretas e indiretas ao género do
thriller ou de investigação criminal. A narração semi-improvisada é do próprio Shackleton e as imagens por si produzidas evocam o cinema de James Benning. Primeira apresentação na Cinemateca.
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10/05/2025, 19h30 | Sala Luís de Pina
Binka Jeliaskova: A Luta É Um Murmúrio
A Cinemateca com o Indielisboa
Noshtem Po Pokrivite
“Pelos Telhados, À Noite”
de Binka Jeliaskova
com Todor Kolev, Delyana Hadzhiyankova, Stanka Kalcheva
Bulgária, 1988 - 149 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A solidão devassa a sociedade moderna. Num apartamento em Sófia vivem duas raparigas com o mesmo nome, Nadezhda (que significa Esperança), mas que não podiam ser mais diferentes. Uma é grande e a outra pequena. Uma é decidida e vive isolada do mundo, a outra vive para cuidar daqueles que a rodeiam (em particular do seu avô, perdido nas suas memórias). Uma tem um único objetivo na vida, encontrar um marido rico e velho que lhe deixe uma choruda herança – perceberá que anda em busca do próprio pai incógnito, que a mãe fez por esconder –, a outra faz do seu dia-a-dia uma luta contra a rudeza e a maldade. No entanto, aos poucos, as duas Nadezhda vão trocando papéis, tornando-se nas faces de uma mesma moeda. Com o início da Perestroika, o panorama político na Bulgária alterou-se. A decadência do poder estatal levou ao declínio da produtora de cinema nacional, os estúdios Boyana. Binka Jeliaskova virou-se então para a televisão e comentou o estado de espírito nacional nesse período de transição. PELOS TELHADOS, À NOITE é o seu único filme televisivo, originalmente dividido em dois episódios, e encerra a Trilogia do Silêncio. Primeira exibição na Cinemateca, a exibir em cópia digital.
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10/05/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Director’s Cut
A Cinemateca com o Indielisboa
Les Lévres Rouges
“Os Lábios Vermelhos”
de Harry Kümel
com Delphine Seyrig, John Karlen, Danielle Ouimet, Andrea Rau
Bélgica, França, R. F. Alemanha, 1971 - 108 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
A atriz, realizadora e ativista Delphine Seyrig, depois de trabalhar com Alain Resnais, William Klein, Margueritte Duras, Jacques Demy ou François Truffaut (e antes de se cruzar com Buñuel, Don Siegel e, claro, Chantal Akerman) participou num improvável filme de género assinado por um jovem cineasta belga (era apenas a sua segunda longa-metragem), de seu nome Harry Kümel. Partindo da lenda de Elizabeth Bathory, uma condessa húngara que terá assassinado jovens mulheres nos séculos XVI e XVII, o realizar transfere a ação para o presente, reinventado a condessa como uma vampira de apetites sáficos. Seyrig dá corpo a esta mulher. Rodado maioritariamente na pitoresca Bruges, durante a época baixa, a vila medieval e os hotéis vazios surgem como cenário para esta que é uma perversa história de libertação e empoderamento feminino. Primeira apresentação na Cinemateca, o filme será apresentado em nova cópia digital restaurada sob a supervisão do realizador.
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