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Primeira adaptação do primeiro romance de Conrad, Almayer’s Folly, que tinha sido também a primeira das suas “histórias malaias” e aquela em que surgira (ainda não em lugar central) o personagem Tom Lingard (V. acima notas sobre OUTCAST OF THE ISLANDS e THE RESCUE). No centro está Kaspar Almayer, comerciante holandês estabelecido na ilha de Borneo na Indonesia colonial, com a sua obsessiva ambição de riqueza, que supostamente lhe permitirá libertar-se um dia daquele mesmo contexto, mas que, no fim, o conduzirá tão somente ao colapso e ao isolamento. Não se trata porém de uma adaptação para cinema, mas sim da primeira de várias adaptações para televisão levadas a cabo por realizadores de cinema que optámos por incluir neste ciclo. E não é um exemplo qualquer: com ele abordamos um dos nomes mais originais do cinema europeu, que, sobretudo a partir de meados da década de 60 e até 1979 (em boa parte na mesma altura em que o fez Rossellini), utilizou com inteligência e subtileza o meio televisivo. Inextricavelmente clássico e moderno, ao mesmo tempo profundo e simples, Cottafavi (ao qual voltaremos na segunda parte do ciclo) veio trazer nova contribuição ao debate sobre os dilemas da adaptação conradiana. “É o seu lado brechtiano que permite a melhor adaptação/distanciação/leitura do texto conradiano” (Federico Rossin). Primeira apresentação na Cinemateca.

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Inspirado num tradicional conto de fadas checo, POHÁDKA O HONZÍKOVI A MARENCE é a última animação de Karel Zeman. A narrativa segue Honzík, um jovem cavaleiro que parte numa jornada inicialmente motivada pela busca de aventura e reconhecimento, mas que rapidamente transcende o heroísmo convencional. Acompanhado por três duendes, representantes de diferentes aspetos da sua personalidade, esta história torna-se uma reflexão sobre o próprio carácter do herói. No percurso, Honzík encontra Mařenka, por quem se apaixona e em quem encontra uma parceira na luta comum contra forças que ameaçam a sua união. É a partir deste universo encantado e carregado de simbolismo – realizado com recurso a uma técnica de animação de recortes – que Zeman ultrapassa a simplicidade do conto de fadas e se aprofunda em questões como a complexidade das relações humanas e o equilíbrio entre a razão e a emoção. É uma obra que celebra a amizade, o amor e a luta pelos ideais, sem perder o carácter poético e universal que define o legado do realizador conhecido como “Méliès Checo”. A exibir em cópia digital.

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Durante a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética passou de inimiga a aliada indireta dos Estados Unidos, o que suscitou alguns filmes de Hollywood em que o país e a sua sociedade foram mostrados de modo positivo. Baseado num livro de um diplomata americano que fora embaixador em Moscovo entre 1936 e 1938 e é personagem da história, MISSION TO MOSCOW é o mais célebre destes filmes e tem entre as suas personagens as figuras de Estaline e Molotov. O relato destaca as qualidades humanas do povo russo e descreve o contexto político soviético de modo bastante favorável, inclusive os célebres processos dos anos 30. O filme foi considerado demasiado pró-soviético, mas Jack Warner defendeu-o ferozmente, tratando de “fascista” quem o criticasse. MISSION TO MOSCOW foi apresentado pela última vez na Cinemateca em 1990.

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