Primeira adaptação cinematográfica de Conrad e a única vista pelo escritor (que morreu em 1924). Surgida no embrião do “studio system” americano, abordou uma obra então recente, aproveitando a onda de popularidade que rodeava o escritor desde o sucesso de
Chance nos EUA em 1913. Primeira transposição, primeira “destruição”: pela mão de um dos futuros maiores
“screenwiters” americanos, Jules Furthman (sob o pseudónimo de Stephan Fox), foi-se buscar o esqueleto narrativo da “ação”, reduzindo e não pouco
linearizando uma das mais complexas narrativas conradianas, num gesto que culmina na mudança do final para um enxuto “happy-end”. Mas “enxuto” é um termo de duas faces, que também assinala a economia, a precisão e agudeza de olhar de M. Tourneur ao longo do filme, fazendo jus à sua reputada capacidade de criação de atmosferas macabras, desbanalizando inúmeras cenas e planos. Lembrem-se ainda os atores, com destaque para Lon Chaney (Ricardo), antes de ser proclamado
“o homem das mil caras”. Primeira apresentação na Cinemateca.
A sessão repete no dia 5 às 19h30, na sala Luís de Pina.
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