É o mais conhecido título da realizadora japonesa Kinuyo Tanaka (terceiro de seis entre 1953 e 1962), submersa durante as décadas que ignoraram o trabalho da cineasta elogiando o da atriz de Ozu, Mizoguchi, Naruse ou Kurosawa, entre os mais conhecidos a Ocidente (umas duas centenas de títulos de meados dos anos 1920 aos 70). Livremente baseado no relato dos últimos anos da poeta Fumiko Nakajo (1922-1954), submetida a uma mastectomia pelo cancro que lhe ditaria a morte precoce antes da publicação dos poemas, é uma obra assombrosa, em linha com a perspetiva livre, emancipada, rigorosa do cinema de Tanaka. Filmada com uma humanidade lancinante e raro domínio, a personagem de Fumiko afirma, avessa a preconceitos, a sua identidade, solidão, desejo. Na Cinemateca, PARA SEMPRE MULHER passou pela primeira vez em 1995 como uma das “120 Chaves para a História do Cinema”; em Portugal, estreou em 2023 numa operação de distribuição da integral da realizadora. A apresentar em cópia digital.
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