24/04/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ir ao Cinema em 1974
Fontane Effi Briest
Amor e Preconceito
de Rainer W. Fassbinder
com Hanna Schygulla, Wolfgang Schenck, Karlheinz Böhm, Ulli Lomel
Alemanha, 1974 - 140 min
legendado em português | M/12
Um dos projetos mais acarinhados de Fassbinder, esta adaptação do romance de Theodor Fontane foi o seu maior êxito de público na Alemanha e tem um longo subtítulo: “Ou os muitos que fazem uma ideia das suas possibilidades e necessidades, porém, aceitam através das suas ações a ordem dominante, ajudando, dessa forma, a sustentá-la e a fortalecê-la”. Pelo facto de Fassbinder ter trabalhado na adaptação do romance de modo ininterrupto entre 1969 e 1974, alguns críticos são de opinião que FONTANE EFFI BRIEST influenciou todos os filmes que Fassbinder realizara até então e todos os que faria depois. Trata-se de um dos seus filmes mais complexos, do ponto de vista formal, com um trabalho peculiar sobre a língua alemã.

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24/04/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Moçambique
Kuxa Kanema Nº 39 | Virgem Margarida
duração total da projeção: 98 min | M/12
KUXA KANEMA Nº 39
Moçambique, 1982 – 12 min

VIRGEM MARGARIDA
de Licínio Azevedo
com Iva Mugalela, Hermelinda Cimela, Rosa Mário, Ana Maria Albino
Moçambique, Portugal, França, 2011 – 86 min

A edição 39 da segunda série de KUXA KANEMA dá enfoque à luta contra o contrabando de alimentos, sucedendo-se notícias da atualidade moçambicana, antes do encerramento com uma reportagem alargada sobre a antiga prisão política da ilha do Ibo, em Cabo Delgado. Em finais de 1975, prostitutas moçambicanas foram levadas para “centros de reeducação” onde lhes eram impostos trabalhos forçados e disciplina militar. Um depoimento sobre como uma camponesa que estava na cidade para comprar o enxoval foi levada por engano pela polícia originou a longa-metragem de ficção VIRGEM MARGARIDA, inspirada em situações e personagens reais: “É sobre os antagonismos da libertação [das mulheres]. Remete para a emancipação das mulheres africanas em situações distintas: alfabetizadas ou não, a mulher colonizada e a mulher revolucionária, que percebe a disciplina imposta pelo homem. […] A reeducação de prostitutas, militares e camponesas foi afinal um processo de mútuo conhecimento, que as leva a unirem-se para se libertarem” (Licínio Azevedo).

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24/04/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ir ao Cinema em 1974
Thunderbolt and Lightfoot
A Última Golpada
de Michael Cimino
com Clint Eastwood, Jeff Bridges, George Kennedy, Geoffrey Lewis
Estados Unidos, 1974 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Clint Eastwood apadrinhou (e ajudou a concretizar) a estreia de Michael Cimino na realização, impressionado com o seu trabalho no argumento de MAGNUM FORCE (a sequela de DIRTY HARRY). Neste “western on the road” Clint (Thunderbolt) interpreta o papel de um assaltante de bancos que, entusiasmado com o encontro com um jovem ambicioso (Jeff Bridges, Ligthfoot), reúne o seu velho gang para um regresso à atividade. Um retrato americano na época da ressaca da guerra do Vietname, de traços excêntricos. A exibir em cópia digital.

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24/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Moçambique
Karingana. Os Mortos Não Contam Histórias | O Povo Organizado
duração total da projeção: 77 min | M/12
KARINGANA. OS MORTOS NÃO CONTAM HISTÓRIAS
de Inadelso Cossa
Moçambique, 2020 – 10 min

O POVO ORGANIZADO
de Robert Van Lierop
Estados Unidos, Moçambique, 1975 – 67 min

KARINGANA. OS MORTOS NÃO CONTAM HISTÓRIAS, a mais recente curta-metragem de Inadelso Cossa, é protagonizada por Nkomba Yengo que, no regresso à sua aldeia, a encontra engolida pelo silêncio, numa amnésia coletiva provocada pela Guerra Civil. Depois de, em 1971, o ativista político e advogado afro-americano Robert Van Lierop ter realizado A LUTA CONTINUA, sobre a luta de libertação moçambicana, regressou imediatamente após a independência no novo país, procurando documentar a mudança social em curso, e fixando, simultaneamente, as contradições inerentes à tomada do poder por uma organização originalmente revolucionária. O POVO ORGANIZADO contextualiza historicamente a luta travada, para evidenciar como a situação colonial e a sujeição ao imperialismo em que viveu o povo moçambicano afetou o mesmo, colocando graves entraves à remodelação da economia. Van Lierop assumiu que, com esta obra, pretendia mobilizar apoios para as lutas de libertação ainda em curso no Zimbabué, Namíbia e África do Sul.

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