29/02/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Quatro Vistas de Otar Iosseliani
Chant d’Hiver
de Otar Iosseliani
com Amiran Amiranashvili, Enrico Ghezzi, Mathieu Amalric
França, Geórgia, 2015 - 117 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
“A guerra é sempre inútil, não muda nada. Guerra entre vizinhos, entre partidos políticos, entre Estados, guerra para conquistar territórios – não tem utilidade nenhuma. Os cineastas têm feito pouco da guerra, troçado dela, logo na Primeira Guerra Mundial, logo com Chaplin.” (Otar Iosseliani a propósito da guerra como motivo recorrente dos seus filmes, na entrevista de Locarno 2015, a Nick Pinkerton, Film Comment) CHANT D’HIVER põe em cena uma história que ronda tempos, episódios, personagens diversos aproximando-se da comédia humana fantasista e musical em fase com o conjunto da obra de Iosseliani. Diz a sinopse que há semelhanças perturbadoras, concluindo que “no meio de todo este caos há uma espécie de sonhos, histórias de amor, amizades firmes que talvez nos permitam esperar que amanhã será melhor que hoje”. Prémio especial do júri João Bénard da Costa no LEFFEST’15, não estreou comercialmente em Portugal. É o Iosseliani que faltava apresentar na Cinemateca.

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29/02/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Carlos Vilardebó, o Intruso do Cinema Novo
Três Fados por Amália Rodrigues + As Ilhas Encantadas
duração total da projeção: 92 min | M/12
legendado eletronicamente em português
Com a presença de Fernando Matos Silva
GAIVOTA

MOURARIA

VERDE VERDE
França, Portugal, 1964 – 5, 3, 3 min

AS ILHAS ENCANTADAS
com Amália Rodrigues, Pierre Clémenti, Pierre Vaneck, João Guedes
filmes de Carlos Vilardebó
Portugal, 1965 – 81 min (versão francesa)

Depois de várias tentativas frustradas de se lançar na longa-metragem, Carlos Vilardebó recebe um convite inesperado de um produtor português, António da Cunha Telles. O realizador propõe ao jovem produtor a adaptação de uma novela de Herman Melville. AS ILHAS ENCANTADAS será, assim, a mais ambiciosa das Produções Cunha Telles: filme de época, filmado na Madeira, a cores, em versão portuguesa e francesa, com Amália Rodrigues no papel principal e um elenco internacional (Pierre Clémenti e Pierre Vaneck). Será, também por isso, o único dos filmes do Cinema Novo a receber financiamento do Fundo do Cinema Nacional (órgão do Estado Novo). Um marinheiro chega a uma ilha supostamente deserta e descobre nela uma mulher abandonada (Hunila – Amália) que lhe irá contar a história do seu desalento. A abrir a sessão apresentam três ‘scopitone’ de três canções interpretadas por Amália Rodrigues, realizados por Carlos Vilardebó para a Gaumont (e produzidos por Cunha Telles). Estes títulos, até há meses desconhecidos, foram recentemente identificados nos arquivos da Gaumont-Pathé.

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29/02/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com a Monstra: Sessão de Antecipação
Curtas-Metragens de Animação
duração total da projeção: 68 min
legendado eletronicamente em português | M/12
sessão com apresentação
DO NOT FEED THE PIGEONS
de Antonin Niclass
Reino Unido, 2021 – 9 min

WO ICH WOHNE
“Onde eu vivo”
de Susi Jirkuff
Áustria, 2022 – 11 min

BREATH
de Jimmy Murakami
Reino Unido, 1967 – 4 min

EVANESCENCIA
de Blas Payri
Espanha, 2022 – 5 min

SOMEWHERE DOWN THE LINE
de Julien Regnard
Irlanda, 2014 – 11 min

YOU ARE…
de Mohammand Babakoohi
França, 2023 – 3 min

LATE AFTERNOON
de Louise Bagnall
França, 2023 – 9 min

PARA SABER QUE TE QUIERO
de Katalin Egely
Hungria, Argentina, 2022 – 3 min

TUU-TUU-TIL
de Veronica Solomon
Alemanha, 2023 – 4 min

LEDGE-END OF PHIL
de Paul Ó Muiris
Irlanda, 2014 – 6 min

THERE’S A MONSTER IN MY KITCHEN
de Tom Moore, Fabian Erlinghäuser
Irlanda, 2020 – 3 min

Em DO NOT FEED THE PIGEONS somos transportados para uma estação de autocarros. São duas horas da manhã e, cansados, vários viajantes muito diferentes esperam o último autocarro do dia. Nesse cenário de solidão e aborrecimento, um grupo de pombos presenteia os humanos com uma harmoniosa dança de grupo. EVANESCENCIA explora, numa linguagem abstrata, a natureza evanescente das cores e das formas, e a maneira como esta pode ainda ser explorada, reproduzida e acentuada pela relação imagem-música. No prédio onde vive o protagonista de WO ICH WOHNE parece dar-se um fenómeno peculiar: o seu apartamento vai descendo gradualmente de andar até chegar à cave. Em SOMEWHERE DOWN THE LINE, a vida de um homem desenha-se ao ritmo de uma interminável viagem de carro, composta por abandonos, encontros e reencontros. YOU ARE… é uma história de amizade e amor entre duas pedras que se encontram numa paisagem irreal e caminham juntas até se fundirem numa só. Em LATE AFTERNOON, através de um biscoito caído numa chávena de chá, uma idosa com demência revive as poucas memórias que ainda tem do seu passado, desde a infância até à maternidade. Também PARA SABER QUE TE QUIERO é um filme sobre as relações familiares, uma obra musicada que explora o amor genuíno entre pais e filhos adotivos. TUU-TUU-TIL é o nome de um animal mágico que encarna a leveza dos primeiros anos de infância, as primeiras aventuras de descoberta, mas também os primeiros anseios e desafios. LEDGE-END OF PHIL é a história de Phil, um ansioso trabalhador de escritório que fica preso no parapeito do edifício onde trabalha, e cuja única esperança de salvação parece ser uma gaivota que ficou fechada lá dentro. Em THERE’S A MONSTER IN MY KITCHEN, um jaguar que uma criança encontra na cozinha da sua casa mostra-nos as monstruosidades cometidas pelas grandes multinacionais no seu habitat natural, a floresta.

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29/02/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
50 Anos de Abril: Que Farei Eu com Esta Espada ?
The Musketeers of Pig Alley | On the Bowery
duração total da sessão: 80 min | M/12
Comunidade
THE MUSKETEERS OF PIG ALLEY
de D.W. Griffith
com Lillian Gish, Elmer Booth, Walter Miller, Alfred Paget, Harry Carey
Estados Unidos, 1912 – 15 min / mudo, legendado eletronicamente em português

ON THE BOWERY
de Lionel Rogosin
com Gorman Hendricks, Frank Matthews, Ray Salyer
Estados Unidos, 1956 – 65 min / legendado eletronicamente em português

No centro da sessão, as comunidades trabalhadoras, tradicionalmente imigrantes que, na passagem dos séculos XIX e XX encontraram refúgio no bairro histórico de Manhattan conhecido como Lower East Side (LES). Retrato da cidade pobre que vive paredes-meias com a violência, THE MUSKETEERS OF PIG ALLEY foi rodado nos cenários reais das ruas do LES nova-iorquino e evoca as séries de fotografias de Jacob Riis, prenunciando aspectos da sequência moderna de INTOLERANCE. Da primeira fase da fértil filmografia Biograph de Griffith, iniciada em NY, em 1908, é um título exemplar das suas experimentações formais (coescrito por ele e Anita Loos, com fotografia de Billy Bitzer). ON THE BOWERY é um clássico do cinema independente americano. Foi a primeira obra de Lionel Rogosin, que mergulhou no bairro do Bowery, contíguo a LES, durante seis meses para lhe sentir o pulso, os ritmos, conhecer os habitantes. Depois filmou-os, sem condescendência e incandescentes, tomando os ensinamentos de Flaherty, a inspiração no neorrealismo italiano e em THE QUIET ONE, de Sidney Meyers, mas também em Weegee ou Jacob Riis. ON THE BOWERY dá a ver Nova Iorque como nunca antes no cinema. “Um estudo pessoal em grande plano dos mais negros recantos da sociedade e um trabalho crucial do realismo americano (John Cassavetes, Shirley Clarke, Robert Frank e Kent MacKenzie devem-lhe todos alguma coisa)” (Michael Joshua Rowin). ON THE BOWERY é apresentado em cópia digital.

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