“Ano Novo, Vida Nova!” é o que se ouve dizer nesta quadra, mas a Júnior celebra a entrada em 2025 com filmes e vidas velhas. Porque o velho pode ser intemporal e porque o novo ainda não passou pela peneira do tempo e nem sempre é um valor seguro. Os nossos “velhos” são todos intemporais e estreias absolutas no nosso cartaz. Para além de intemporais, alguns são também filmes de culto, daqueles que ficaram inscritos na memória coletiva ou na História do cinema. DO CÉU CAIU UMA ESTRELA, de Frank Capra, e SHANE, de George Stevens, são clássicos populares. Quem dos pais, avós e bisavós não viu ou pelo menos não ouviu falar destes filmes? O primeiro, uma fita deliciosa de grande otimismo humanista servida em muitos natais, o segundo, um western com uma fotografia de cortar a respiração, um herói solitário e uma criança inesquecíveis. DOURO, FAINA FLUVIAL é a bela sinfonia urbana de Manoel de Oliveira, que levou uma pateada do público aquando da estreia em 1931 no V Congresso Internacional da Crítica, mas que foi logo reconhecida como obra-prima por alguns críticos estrangeiros e portugueses. Menos clássicos no sentido do reconhecimento público, mas verdadeiras joias resgatadas da escuridão dos arquivos são as curtas-metragens: MARÇANO PRECISA-SE, de Fernando Lopes, e PARA UM ÁLBUM DE LISBOA, de Faria de Almeida, que juntamente com o DOURO, FAINA FLUVIAL compõem um retrato do Porto e de Lisboa de outros tempos. Da realizadora coreana Lee Jeong-Hyang, JIBEURO é o “velho” mais jovem deste plantel, um filme que simboliza bem o fio condutor de janeiro, a importância e sabedoria dos “velhos”.  Retrato dum encontro difícil e poético entre duas gerações e modos de vida, um neto e uma avó numa dança lenta de avanços e recuos. STORYBOARD PARA UM FILME DE ANIMAÇÃO é a nossa proposta de trabalho para jovens cineastas. E que tal uma história que possa ter como título “Velhos São os Trapos!”?