CICLO
FILMar: Começar a Acabar


O projeto FILMar, que a Cinemateca desenvolve desde 2020, aproxima-se do seu término. A 30 de Abril concluiremos um conjunto de ações que permitiram a identificação, preservação, digitalização e difusão de 10 mil minutos de património fílmico nacional relacionado com o mar. Ao longo destes três anos e meio, fomos dando a conhecer um conjunto de títulos que contribuíram para um maior conhecimento sobre o modo como o cinema português teve no mar um fio condutor de relevo. Ao longo dos próximos três meses, na Cinemateca e em mais de 30 locais no país, iremos apresentar muitos desses filmes, enquanto vários continuarão a ser disponibilizados na Cinemateca Digital, acessível através do nosso site. Este projeto, concebido em colaboração com o Norsk Film Institut e a Cinemateca de Oslo, continuará a propor sessões, exposições e edições, dentro e fora de portas, explorando relações de proximidade entre o cinema e o mar, seja a indústria pesqueira, de conservas, promoção turística ou estudo científico, através de curtas e longas-metragens de ficção, documentário e animação, assinadas por autores que, muitos deles, nos mesmos territórios e sobre os mesmos tempos, ampliaram e contrastaram o modo de pensar, relacionar e perceber a importância do mar na narrativa cinematográfica nacional.
 
 
02/02/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Começar a Acabar

Mata do Bussaco | Sernache do Bonjardim | Amazonas, o Maior Rio do Mundo
duração total da projeção: 83 min | M/12
 
02/02/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Começar a Acabar

Terra Sonâmbula
de Teresa Prata
Portugal, Moçambique, 2007 - 107 min | M/12
03/02/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo FILMar: Começar a Acabar

Acção Social ao Pescador
de António Veríssimo
Portugal, 1958 - 98 min | M/12
02/02/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Começar a Acabar
Mata do Bussaco | Sernache do Bonjardim | Amazonas, o Maior Rio do Mundo
duração total da projeção: 83 min | M/12
Com a presença de Sávio Luís Stoco

Com acompanhamento ao piano por Filipe Raposo
MATA DO BUSSACO
de Hans Berge (atribuído)
Noruega, 1919 - 7 min / mudo, intertítulos em norueguês

SERNACHE DO BONJARDIM
de Silvino Santos
Portugal, 1929 - 10 min / intertítulos em português

AMAZONAS, O MAIOR RIO DO MUNDO
de Silvino Santos
Brasil, 1918 - 66 min / intertítulos em checo e legendas em português

Em setembro de 2023, o mundo dos arquivos de cinema foi surpreendido com a descoberta de um filme que se considerava perdido praticamente desde a sua estreia, em 1918, resultado de um conjunto de incidentes que haviam invisibilizado o primeiro grande filme sobre o rio Amazonas. Descoberto nos arquivos da Cinemateca de Praga, AMAZONAS, O MAIOR RIO DO MUNDO, tornou-se no elemento-chave para a história do cinema no Brasil, com ligações a Portugal. O seu realizador, Silvino Santos (1886-1970), rumou de Sernache do Bonjardim, onde voltaria mais tarde para realizar um filme, e tornou-se, inadvertidamente, num dos pioneiros do cinema do Brasil. A complexidade do filme, naquilo que mostra e como mostra, revela a importância dos arquivos e a necessidade de nunca se dever dar por concluída a filmografia de um país. Em diálogo com o filme, e do mesmo período, apresentamos MATA DO BUSSACO, atribuído ao realizador norueguês Hans Berge, rodado, sabe-se agora, a pedido da produtora francesa Pathé, e descoberto em 2022 nos arquivos da Biblioteca Nacional da Noruega, nossa parceira no FILMar. A sessão completa-se com um breve documentário de Silvino Santos sobre a sua região natal. A sessão é antecedida, às 18h00, por uma conferência na livraria Linha de Sombra do investigador Sávio Luís Stoco, da Universidade Federal do Pará, especialista na cinema amazónico e autor de O cinema de Silvino Santos (1918-1922) e a representação amazônica: história, arte e sociedade (2022).

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02/02/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Começar a Acabar
Terra Sonâmbula
de Teresa Prata
com Nick Lauro Teresa, Aladino Jasse, Ernesto Lemos Macuacua
Portugal, Moçambique, 2007 - 107 min | M/12
Com a presença de Teresa Prata
Um dos principais contributos do FILMar é a possibilidade de tornar visível e acessível um conjunto de títulos que, por razões diversas, não encontram eco na história e na filmografia nacionais. TERRA SONÂMBULA, de Teresa Prata, ao adaptar o romance homónimo de Mia Couto, é um desses títulos que oferece um caminho para as imagens criadas pelo autor moçambicano, interpretando-as sem nunca deixar de dialogar com a memória e a imaginação dos leitores. A narrativa acompanha Muidinga, leitor ávido de histórias interditas sobre figuras que vivem em barcos, num território massacrado pela guerra. Entre o fantástico e a fuga, a proposta de Teresa Prata é reveladora da delicadeza de um olhar cinematográfico que agora podemos, em conjunto, redescobrir. O filme é apresentado em nova cópia digital, realizada com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024.

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03/02/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
FILMar: Começar a Acabar
Acção Social ao Pescador
de António Veríssimo
Portugal, 1958 - 98 min | M/12
A história das comunidades piscatórias é, na escala e diversidade, a história de um país a lidar com as condições perpetuadas por um regime que, enquanto criava melhores condições de habitação e de vida, trabalhava meios de controlo social, económico e educativo das populações.  ACÇÃO SOCIAL AO PESCADOR é, nesse aspeto, um muito curioso e relevante documento sobre a melhoria de vida dessas comunidades, tendo como pano de fundo, silencioso e escondido, a razão de ser dessas mesmas melhorias, nomeadamente as greves que ocorriam nas fábricas de conversas, frotas pesqueiras e estaleiros navais onde trabalhavam muitos dos que passariam a viver em alguns destes bairros sociais ainda hoje existentes.  O filme apresenta um país em progresso, ao mesmo tempo que revela a miséria social na qual, durante décadas, se sustentou a ideia de um país voltado para o mar. O filme foi recentemente digitalizado com o apoio do programa EEAGrants 2020-2024.

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