CICLO
O Egito de Youssef Chahine


Nascido em Alexandria, Youssef Chahine (1926-2008) foi o mais importante e conhecido cineasta do Egito, com uma carreira longa iniciada nos anos 1950 e terminada no ano anterior à sua morte, traduzida numa obra extensa de mais de quatro dezenas de filmes. Entre eles constam algumas das obras maiores do cinema daquele país como os famosos BAB EL HADID (“Porta para Hadid”), exemplo e modelo do melodrama egípcio, e o notável AL ARD (“A Terra”) sobre a relação dos camponeses com a terra e a necessidade de uma reforma agrária. Homem de esquerda, Chahine frequentou a Universidade de Alexandria para depois estudar arte dramática e cinema no Pasadena Play House nos Estados Unidos, tendo regressado ao Egito em 1950 e aí assinado o seu primeiro filme como realizador em 1950 (BABA AMIN) no contexto do fervilhante cinema comercial egípcio (à época a principal indústria cinematográfica do continente africano). Não por acaso, foi num dos seus filmes (SIRAA FIL-WADI, 1954) que se estreou um jovem ator que conquistaria popularidade internacional, Omar Sharif. O seu cinema reflete essencialmente o choque de duas civilizações, a cristã e a muçulmana, procurando através dele uma conciliação contra todos os fundamentalismos. AL MASSIR (O Destino), filme com que abrimos esta pequena retrospetiva dedicada ao grande mestre do cinema egípcio e que é também uma viagem por alguns momentos-chave da história de uma civilização milenar, será talvez o melhor exemplo dessa utopia. Os filmes a exibir são apresentados em cópias digitais restauradas.
 
 
23/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Egito de Youssef Chahine

Awdat Al Ibn Al Dal
“O Regresso do Filho Pródigo”
de Youssef Chahine
Egito, 1978 - 124 min
 
23/11/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Egito de Youssef Chahine

Al Massir
O Destino
de Youssef Chahine
Egito, 1996 - 135 min
24/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Egito de Youssef Chahine

Al-Yawm Al-Sadis
O Sexto Dia
de Youssef Chahine
Egito, França, 1986 - 107 min
24/11/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo O Egito de Youssef Chahine

Al Ard
“A Terra”
de Youssef Chahine
Egito, 1969 - 130 min
25/11/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Egito de Youssef Chahine

Bab El Hadid
“Porta para Hadid”
de Youssef Chahine
Egito, 1958 - 73 min
23/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Egito de Youssef Chahine

com o apoio da Embaixada da República Árabe do Egito em Lisboa
Awdat Al Ibn Al Dal
“O Regresso do Filho Pródigo”
de Youssef Chahine
com Mahmoud Al Meleji, Huda Sultan, Shukri Sarhan
Egito, 1978 - 124 min
legendado em inglês e eletronicamente em português / M/12
História de um reencontro contado na perspetiva de Ali, que regressa a casa após 12 anos na prisão, para felicidade da sua família. Combinando o drama e o musical, o filme balança entre a narrativa íntima e a alegoria religiosa, sem nunca esquecer (como é habitual no cinema de Chahine) o contexto político em que se insere. Primeira apresentação na Cinemateca.

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23/11/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Egito de Youssef Chahine

com o apoio da Embaixada da República Árabe do Egito em Lisboa
Al Massir
O Destino
de Youssef Chahine
com Nour El Cherif, Laila Eloui, Mahmoud Hémeida, Safia El Emary
Egito, 1996 - 135 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Youssef Chahine leva-nos, em AL MASSIR, à Andaluzia do século XII, para nos contar a história de uma das figuras fundamentais da cultura árabe, o filósofo e matemático Averróis, e a sua profissão de fé na liberdade do espírito humano contra todos os fundamentalismos. Mais do que uma incursão no passado, trata-se, aqui, de uma reflexão sobre o presente.

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24/11/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Egito de Youssef Chahine

com o apoio da Embaixada da República Árabe do Egito em Lisboa
Al-Yawm Al-Sadis
O Sexto Dia
de Youssef Chahine
com Dalida, Mohsen Mohieddine, Chewikar
Egito, França, 1986 - 107 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Durante uma epidemia de cólera numa região do Egito em 1974, uma mulher espera pelo “sexto dia”, aquele em que o doente se cura ou morre. O doente é o seu neto, que ela procura salvar das autoridades sanitárias transportando-o clandestinamente num barco. “O 6º DIA é dedicado Gene Kelly, ‘por ter enchido de alegria a nossa juventude’ e Chahine mistura ao longo do filme elementos aparentemente irreconciliáveis: o sonho hollywoodiano e a realidade egípcia, o drama e a fantasia, a vida das populações pobres durante uma epidemia de cólera e a vontade de cantar e dançar” (Antonio Rodrigues). Chahine interpreta a personagem do dono de um velho cinema de bairro.

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24/11/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Egito de Youssef Chahine

com o apoio da Embaixada da República Árabe do Egito em Lisboa
Al Ard
“A Terra”
de Youssef Chahine
com Mahmoud Al-Meligui, Nagwa Ibrahim, Ezzat Al-Alayli, Yehia Chehine
Egito, 1969 - 130 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
O título e o tema deste filme estabelecem uma ponte com a genial obra-prima de Dovjenko, ZEMLYA. Para muitos, do ponto de vista da pura mise en scène, AL ARD é o melhor filme de Chahine. Trata-se de um fresco lírico sobre o mundo rural e as suas lutas, realçado pela estupenda interpretação de Mahmoud Al-Meligui. No inesquecível último plano, vemos as mãos crispadas do camponês, agarrado à terra e maculando de sangue as flores brancas do algodão.

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25/11/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Egito de Youssef Chahine

com o apoio da Embaixada da República Árabe do Egito em Lisboa
Bab El Hadid
“Porta para Hadid”
de Youssef Chahine
com Farid Shawqi, Hind Rustum, Youssef Chahine
Egito, 1958 - 73 min
legendado em inglês e eletronicamente em português / M/12
Obra-prima do neorrealismo egípcio e um dos mais reconhecidos filmes do denominado “cinema árabe”, BAB EL HADID (também pelo conhecido pelo título inglês de “Cairo Station”) é a história de um triângulo amoroso, onde um vendedor de jornais desenvolve uma obsessão amorosa por uma vendedora de refrescos, apaixonada por outro homem. Realizado num período charneira no cinema egípcio (entre o fim da monarquia em 1952, e a nacionalização da indústria em 1966), o filme estabelece o retrato de uma classe trabalhadora, povoada por problemas de género e repressão sexual, sob tons noir. Primeira apresentação na Cinemateca.

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