CICLO
O Centenário do Cinema de Animação Português


Em nova sessão do Ciclo dedicado ao centenário do cinema de animação português, que iniciámos em janeiro em colaboração com a MONSTRA – Festival de Animação de Lisboa, mostram-se em outubro um conjunto de quase duas dezenas de curtas (algumas delas curtíssimas) metragens que utilizam um registo não-figurativo. A sessão serve também de apresentação em Portugal do Punto y Raya, conceituado festival especializado em animação abstrata, que  se realiza este ano em Portugal numa colaboração com a MONSTRA.
 
 
11/10/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Centenário do Cinema de Animação Português

Programa Animação Portuguesa Abstrata
duração total da projeção: 69 min | M/12
 
11/10/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Centenário do Cinema de Animação Português
Programa Animação Portuguesa Abstrata
duração total da projeção: 69 min | M/12
Sessão com apresentação e seguida de debate
VIA
de Maria Constanza Ferreira
Portugal, 2018 – 6 min
LATTICE
de Maria Costanza Ferreira
Portugal, 2017 – 3 min
TROADA
de Vitor Hugo Rocha
Portugal, 2022 – 3 min
LE PLAISIR DU MOUVEMENT – II
de José-Manuel Barata Xavier
Portugal, 2018 – 1 min
6 ESSAYS SUR LE MOUVEMENT – (1, 2 E 5) + MIFA
de José-Manuel Barata Xavier
Portugal, 2020 – 2 min
(UN)EVENNESS
de Pedro Ferreira
Portugal, 2016 – 3 min
ZASMAZANY FILM
de Pedro Ferreira
Portugal, 2013 – 5 min
ALENTO
de Leonor Pacheco
Portugal, 2022 – 4 min
HEAD TAIL RAIL
de Hugo Olim
Portugal, 2013 – 7 min
DECIPRE
de Yue Wang, Bruno Santos, Gonçalo Encarnação
Portugal, 2014 – 2 min
4 ESTADOS DA MATÉRIA
de Miguel Pires de Matos
Portugal, 2018 – 13 min
TOM TOM
de João Levezinho
Portugal, 2018 – 3 min
LINEAREA
de IDRIOEMA
Portugal, 2019 – 2 min
FROM THE BOWELS
de Anabela Costa
Portugal, 2021 – 6 min
TESSERACT
de João Pedro Oliveira
Portugal, 2017 – 9 min

Em outubro, a sessão dedicada ao centenário do cinema de animação português, organizada em colaboração com a Monstra, traz-nos uma seleção de curtas-metragens experimentais que exploram, das mais diversas maneiras, a abstração visual. Em VIA, Maria Constanza Ferreira investiga a maneira como nos relacionamos com o mundo através de imagens digitais, recolhendo, analisando e animando milhares de imagens de satélite. As imagens, que inicialmente identificamos como estradas de vários pontos do mundo, multiplicam-se e metamorfoseiam-se tornando-se, gradualmente, mais abstratas e indecifráveis. Em LATTICE, a realizadora toma como ponto de partida as imagens microscópicas de cristais de ácido ascórbico (vitamina C), criando uma espécie de paisagem abstrata em constante mutação, na qual se desenham “ondas iridescentes, jardins geométricos e dunas de areia em espiral”. No filme de Vitor Hugo Rocha, TROADA, o ciclo das várias estações do ano é subitamente interrompido pela tempestade e os efeitos psicadélicos. Em TOM TOM, João Levezinho procura superar os limites do mundo físico através da abstração numa obra imersiva. Já em UN(EVENESS), Pedro Ferreira representa a origem, a evolução e o destino do universo através da animação: a água ondula ao som de vibrações, divide-se e multiplica-se num processo sistémico de destruição e renascimento. 4 ESTADOS DA MATÉRIA é um filme construído em diversas camadas, uma obra desenvolvida em quatro atos, cada um deles com um universo sonoro e gráfico distinto, e dedicado aos vários estados da matéria (sólido, líquido, gasoso e plasma). Em LE PLAISIR DU MOUVEMENT – II, os desenhos em papel de José-Manuel Barata Xavier ganham vida (e movimento) através de um flipbook. O realizador prossegue os seus estudos sobre a relação entre o desenho e o movimento com a série 6 ESSAYS SUR LE MOUVEMENT.  DECIPRE explora o que acontece quando a linha quebra a sua linearidade e mostra o seu potencial, construindo formas multidimensionais.  Já em LINEAREA, é explorada a evolução e mutação de um ponto até que este se transforma numa linha.  Em TESSERACT, somos levados numa viagem pelas várias faces de um cubo, à medida que ele se transforma num tesserato (o equivalente a um cubo com quatro dimensões) através de diferentes processos (tradução, rotação, fragmentação, explosão e implosão). ZASMAZANY FILM é uma espécie de filme-colagem, em que o realizador explora as potencialidades do digital para “criar novas interpretações, repetição e loop, manipulando e cruzando os vários suportes”. Em ALENTO, uma forma tenta adormecer, mas é constantemente aprisionada em ciclos viciosos de loucura abstrata. Segue-se HEAD TAIL RAIL, filme que parte das imagens invisíveis dos filmes em película de 35mm: a zona das perfurações, as linhas que traçam o som ótico; um trabalho que resulta de um processo de recuperação (das bobines deixadas em cinemas abandonados), destruição (desses rolos), e reconstrução.
A abrir a sessão haverá uma apresentação do Punto y Raya, festival dedicado à animação abstrata que se realiza este ano pela primeira vez em Portugal.

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