28/10/2023, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
To Hear Your Banjo Play | Emergency Ward | The Young Fighter | Confrontation
TO HEAR YOUR BANJO PLAY
de Willard Van Dyke, Irving Lerner
Estados Unidos, 1946 – 17 min
EMERGENCY WARD
de Leo Hurwitz, Fons Iannelli
Estados Unidos, 1951 – 16 min
THE YOUNG FIGHTER
de Leo Hurwitz
Estados Unidos, 1953 – 29 min
CONFRONTATION
de Maurice Bailen
Estados Unidos, 1975 – 12 min
Pete Seeger, enquanto cicerone e
performer, e Woody Guthrie, tocando a sua viola “que mata fascistas”, são retratados em TO HEAR YOUR BANJO PLAY, documentário filmado por Irving Lerner e Willard Van Dyke sobre as raízes e o modo como evoluiu a utilização do banjo na música folk no sul da América. Obra eletrificante, escrita por Alan Lomax, grande musicólogo do folk, e com fotografia de Richard Leacock, nome maior da história do documentário, elo de ligação entre “a escola” Flaherty e o cinema direto de Drew Associates. Entramos em pleno na modernidade cinematográfica, graças a um filme de 1951, EMERGENCY WARD, onde Leo Hurwitz e o fotojornalista da
Look Fons Iannelli testam equipamento leve, com capacidade de captação direta e síncrona de som e imagem, nas urgências do hospital de St. Vincent, em Nova Iorque. Foi este filme-experiência, cru e direto, a abrir a porta do programa da CBS Omnibus a um já “proscrito” Hurwitz, usando Iannelli como testa de ferro, durante o período negro da “caça às bruxas” mccarthista, para realizar THE YOUNG FIGHTER. Documentário de natureza observacional sobre o trabalho e a vida familiar de um pugilista, que poderá lembrar DAY OF THE FIGHT, de Stanley Kubrick, e que se tornou, pela maneira imediata e franca como captura a interferência entre os “ringues”, privados e públicos, existentes na vida de um pugilista (uma espécie de “boxe do boxe”), numa referência para os pontas de lança do
direct cinema, tais como Robert Drew, Richard Leacock, Albert Maysles e D. A. Pennebaker. Filmado a cores e em 16mm, virtuosamente montado mas também absolutamente silencioso, CONFRONTATION é um “filme de rua”, que captura o ar dos tempos misturando imagens captadas em manifestações e cerimónias públicas com fotografias e mensagens de protesto, quando a América ainda combatia numa guerra sangrenta lá fora, no Vietname, e, em casa, enfrentava múltiplas injustiças, a somar-se aos abusos cometidos pela polícia contra, em particular, a comunidade afro-americana. O realizador, Maurice Bailen, viveu grande parte da sua vida em Chicago, tendo realizado aí, para o respetivo polo da Workers Film and Photo League, um dos retratos mais pungentes do período da Grande Depressão, obra semidocumental precisamente intitulada THE GREAT DEPRESSION, de 1934.
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