26/10/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
THE FIGHT FOR LIFE
de Pare Lorentz
com Myron McCormick, Storrs Haynes, Will Geer
Estados Unidos, 1940 – 69 min
THE FORGOTTEN VILLAGE
de Herbert Kline, Alexander Hammid
Estados Unidos, 1941 – 67 min
Produzido pela U.S. Film Service, THE FIGHT FOR LIFE é o primeiro filme assumidamente (semi-)ficcional de Pare Lorentz, depois do sucesso de crítica e de público que lhe granjearam THE PLOW THAT BROKE THE PLAINS e THE RIVER. O “realizador de Franklin D. Roosevelt” pretendia documentar a realidade de uma maternidade nos
slums americanos, ficcionando, para tal, o esforço heroico de um médico no sentido do combate à mortalidade materna. Segundo o próprio, no livro com as suas memórias, este seu “filme médico”, que começa com uma morte e termina com um nascimento, misturava atores profissionais com não-atores, trabalhadores e pacientes numa clínica em Chicago, e foi rodado, na maioria das cenas (as mais intensas foram rodadas e montadas como se fossem sequências de
suspense),
in loco. Lorentz atribuiu parte do fracasso popular do filme a um texto de Eleonor Roosevelt, redigido para a sua célebre coluna,
My Day, em que esta referia um filme, “The Struggle for Life” (sic), notando como ele podia assustar as jovens mulheres que quisessem ter filhos. THE FORGOTTEN VILLAGE é um extraordinário filme de observação antropológica sobre o papel da tradição – em particular, dos rituais fúnebres, as superstições e mezinhas – numa pequena localidade no México e o modo como a medicina ou os progressos da ciência são alvo da desconfiança popular, fruto do analfabetismo e da ausência geral do governo nos lugares mais remotos do país. Com argumento de John Steinbeck, o filme foi realizado por Alexander Hammid, futuro marido e colaborador de Maya Deren, e por Herbert Kline, realizador formado na Workers Film and Photo League e que fez chegar ao movimento documental americano poderosas imagens de guerras e transformações em curso fora dos Estados Unidos. O filme foi inicialmente censurado pelo Hays Office, tendo sido, mesmo assim, distribuído numa versão amputada. Mais tarde, motivou protestos que permitiram o levantamento do veto relativo à versão original.
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