25/10/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
POWER AND THE LAND
de Joris Ivens
com Hazel Parkinson, William Parkinson
Estados Unidos, 1940 – 38 min
VALLEY TOWN
de Willard Van Dyke
Estados Unidos, 1940 – 28 min
MEN AND DUST
de Lee Dick
Estados Unidos, 1940 – 16 min
Encomendado a Ivens pelo US Department for Agriculture, por indicação expressa e sob supervisão do seu diretor, Pare Lorentz, POWER AND THE LAND retrata os benefícios da eletrificação das zonas rurais americanas durante o New Deal. Ivens usa cada elemento da família Parkinson como atores ao serviço da sua causa: convencer os agricultores a aderirem às vantagens propiciadas pelas novas tecnologias. Escreveu no seu livro de memórias,
The Camera and I: “No nosso filme sobre a vida agrícola em Ohio, (...) começámos por nos envolver profundamente no processo de rodagem, ao mesmo tempo que o agricultor estava preocupado com a sua colheita. Quando acabámos, meses depois, a situação quase se havia invertido: o agricultor estava muito mais interessado no nosso filme, mas nós estávamos preocupados com a sua colheita.” VALLEY TOWN também colabora com uma família de não-atores, desta feita operários sob condições de vida precárias, em grande medida, resultantes da automatização, para realizar um documentário semi-ficcional que aponta como solução para o problema invocado (e “dramatizado” com uma habilidade e
pathos extraordinários, ajudados pelo trabalho de montagem de Irving Lerner) a requalificação/reconversão da força de trabalho. MEN AND DUST é um filme de alerta sobre uma crise de saúde pública que tem como vítimas os mineiros de zinco e de chumbo a trabalharem na região do Kansas, do Missouri e de Oklahoma. Foi realizado e produzido pela multifacetada Lee Dick (que havia trabalhado, por exemplo, com Steiner e Van Dyke na realização de THE CITY), na companhia do seu marido, Sheldon Dick, autor do argumento e da fotografia deste filme. Segundo a académica Tanya Goldman (
Men and Dust, Labor Advocacy, and Alternative Film Distribution, 1939-1942), MEN AND DUST contribuiu para “uma longa trajetória da história dos media em que ativistas e cineastas colaboraram por forma a cultivarem redes de solidariedade e de ação política através de mecanismos de distribuição fora do
mainstream.”
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