CICLO
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir


2021 é, na Cinemateca, tempo de Film noir. Em junho último, um primeiro momento do programa concentrou-se “No coração do noir”, ou seja, no fulcro do cinema clássico dos anos 1940 e 50 que, em grandes produções e na série B dos estúdios de Hollywood, variou sobre sombras expressionistas projetando as angústias da Segunda Guerra Mundial e do pós-guerra. O que em novembro se propõe é uma viagem cronologicamente balizada entre 1947 e 1967 por um núcleo de títulos atraídos pelo noir nas cinematografias francesa, britânica e japonesa, que estiveram particularmente atentas ao subtexto e ao estilo de Hollywood, e uma incursão no noir das filmografias norueguesa e sul-coreana: DØDEN ER ET KJÆRTEGN / “A MORTE É UMA CARÍCIA” de Edith Carlmar e JIOKHWA / “UMA FLOR NO INFERNO” de Shin Sang-ok são dois dos filmes programados a apresentar pela primeira vez na Cinemateca. O programa alinha na perspetiva da redescoberta apontando a territórios férteis e a merecer exploração localizada, como o policial japonês.
 
 
04/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

La Vérité sur Bébé Donge
de Henri Decoin
França, 1952 - 115 min
 
05/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Nora Inu
“O Cão Danado”
de Akira Kurosawa
Japão, 1949 - 122 min
06/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

Døden Er et Kjærtegn
“A Morte É uma Carícia”
de Edith Carlmar
Noruega, 1949 - 92 min
06/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

They Made Me a Fugitive
Sou um Fugitivo
de Alberto Cavalcanti
Reino Unido, 1947 - 100 min
08/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir

La Vérité sur Bébé Donge
de Henri Decoin
França, 1952 - 115 min
04/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
La Vérité sur Bébé Donge
de Henri Decoin
com Jean Gabin, Danièlle Darrieux, Gabrielle Dorziat, Claude Génia, Marcel André
França, 1952 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Henri Decoin (1890-1969) iniciou-se na realização aos 43 anos, com currículo como nadador olímpico, piloto de guerra, jornalista desportivo, argumentista, autor. Prolongadamente subestimado, tem sido redescoberto muito graças ao entusiasmo de Bertrand Tavernier que defende a exceção do seu cinema, “à frente do seu tempo” e influenciado por Hollywood, destacando a fluidez, o ritmo, o sentido de enquadramento, a atenção às personagens femininas, a direção de atores. A partir do romance homónimo de Georges Simenon e terceira das suas adaptações por Decoin (LES INCONNUS DANS LA MAISON, L’HOMME DE LONDRES, 1942/43), LA VÉRITÉ SUR BÉBÉ DONGE é o filme a que Darrieux atribuía a sua carreira por lhe ter oferecido o primeiro papel dramático. “Mais negro e mais ousado que o romance de Simenon. Criaram algo de muito ambicioso, notável. Muito diferente dos demais filmes franceses da época”, “os últimos vinte minutos são tão bons como os melhores noirs de Otto Preminger ou Henry Hathaway” (Bertrand Tavernier). Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

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05/11/2021, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Nora Inu
“O Cão Danado”
de Akira Kurosawa
com Toshiro Mifune, Takashi Shimura, Keiko Awaji, Eiko Miyoshi
Japão, 1949 - 122 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Da fase inicial da obra de Kurosawa, anterior à sua descoberta internacional com RASHOMON, é um filme extraordinário em que, além da admiração do realizador pelo universo literário de Georges Simenon, se reconhecem as impressões do neorrealismo italiano e do noir americano. O realismo da ação, ambientada nos bairros pobres da Tóquio do pós-guerra numa sociedade em ressaca, cruza o imaginário noir, desde logo na profundidade da culpa sentida pelo jovem polícia interpretado por Toshiro Mifune. O enredo parte do roubo acidental da pistola do agente, que o põe no encalço da sua recuperação torturado pelo destino que as sete balas nele carregadas hão de infligir. A densidade narrativa implica vários níveis, pondo em “confronto invisível” o polícia e o criminoso da mesma geração e passado combatente. Em percurso de iniciação, no qual é decisiva a relação que estabelece com um agente mais velho, o protagonista debate-se com o fantasma de si mesmo, uma imagem dupla plena de sentido na sequência final da perseguição campestre. A exibir em cópia digital.

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06/11/2021, 20h00 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
Døden Er et Kjærtegn
“A Morte É uma Carícia”
de Edith Carlmar
com Claus Wiese, Bjorg Riiser-Larsen, Ingolf Rogde
Noruega, 1949 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Com um percurso algo paralelo ao de Ida Lupino, a norueguesa Edith Carlmar (1911-2003) lançou-se na realização fundando a Carlmar Films com o marido em 1949, no seio da qual se dedicaram a uma década de filmes de assinalável êxito e originalidade, favorecendo perspetivas femininas como as da mulher fatal de “A Morte É uma Carícia”. O filme de estreia de Carlmar é tido como o primeiro filme norueguês realizado por uma mulher e o primeiro noir norueguês. É também o poderoso retrato de uma ligação tórrida e tempestuosa que leva inevitavelmente à desgraça, com assinalável economia narrativa e concentração no dueto protagonista: uma mulher abastada e um mais jovem mecânico abandonam as suas relações anteriores, casam contra todas as probabilidades e desesperam-se num conflito galopante, adensado pela incompreensão, o ciúme, a possessividade. A história é contada em flashback pelo homem, torturado pelo enigma da mulher por quem se apaixonou. Primeira apresentação na Cinemateca.

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06/11/2021, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
They Made Me a Fugitive
Sou um Fugitivo
de Alberto Cavalcanti
com Trevor Howard, Griffith Jones, Sally Gray, Rene Ray
Reino Unido, 1947 - 100 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Da fase final do período britânico da obra-viajante de Alberto Cavalcanti, THEY MADE ME A FUGITIVE (também conhecido como I Became a Criminal) é um expoente das investidas noir britânicas. Imerso nas sombras urbanas londrinas do pós-guerra, nas ruas, pubs, teatros, estúdios do Soho, segue a história de um ex-combatente da Força Aérea que enveredou pela marginalidade do mercado negro (montado sob o negócio de uma funerária), foi parar à prisão por um crime que não cometeu e foge para vingar a traição. A narrativa baseada em A Convict Has Escaped de Jackson Budd, a fotografia contrastada de Otto Heller, a interpretação de Trevor Howard, a brutalidade final, convergem na sensibilidade noir desta grande obra do “género”.

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08/11/2021, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: Film Noir | Disponíveis para o Noir
La Vérité sur Bébé Donge
de Henri Decoin
com Jean Gabin, Danièlle Darrieux, Gabrielle Dorziat, Claude Génia, Marcel André
França, 1952 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Henri Decoin (1890-1969) iniciou-se na realização aos 43 anos, com currículo como nadador olímpico, piloto de guerra, jornalista desportivo, argumentista, autor. Prolongadamente subestimado, tem sido redescoberto muito graças ao entusiasmo de Bertrand Tavernier que defende a exceção do seu cinema, “à frente do seu tempo” e influenciado por Hollywood, destacando a fluidez, o ritmo, o sentido de enquadramento, a atenção às personagens femininas, a direção de atores. A partir do romance homónimo de Georges Simenon e terceira das suas adaptações por Decoin (LES INCONNUS DANS LA MAISON, L’HOMME DE LONDRES, 1942/43), LA VÉRITÉ SUR BÉBÉ DONGE é o filme a que Darrieux atribuía a sua carreira por lhe ter oferecido o primeiro papel dramático. “Mais negro e mais ousado que o romance de Simenon. Criaram algo de muito ambicioso, notável. Muito diferente dos demais filmes franceses da época”, “os últimos vinte minutos são tão bons como os melhores noirs de Otto Preminger ou Henry Hathaway” (Bertrand Tavernier). Primeira apresentação na Cinemateca. A exibir em cópia digital.

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