02/11/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Jour après Jour | La Chapeau | De Mère en Fille
duração total da projeção: 108 min | M/12
Nós as Mulheres II
JOUR APRES JOUR
de Clément Perron
Canadá, 1962 – 27 min / legendado eletronicamente em português
LA CHAPEAU
de Michèle Cournoyer
Canadá, 1999 – 6 min / legendado eletronicamente em português
DE MERE EN FILLE
de Anne Claire Poirier
Canadá, 1968 – 75 min / legendado eletronicamente em português
Menos conhecido no estrangeiro do que alguns dos seus contemporâneos, Clément Perron (1929-99) foi realizador, produtor e argumentista. Foi nesta última categoria que o seu nome se fez notar, devido a MON ONCLE ANTOINE (1971), de Claude Jutra. Como realizador, Perron chamou a atenção sobre o seu nome com o filme que programamos, que mostra as condições de trabalho na indústria do papel. Nascida em 1943, Michèle Cournoyer foi uma das primeiras mulheres a afirmar-se na importante produção de cinema de animação do Quebeque. Mas LE CHAPEAU, um dos seus filmes mais conhecidos, não se destina de todo às crianças: em palco, uma dançarina exótica conta ao público como abusaram dela em criança. Nascida em 1932, Anne Claire Poirier é produtora e realizadora, abordando tanto a ficção quanto o documentário. Também foi uma das primeiras vozes feministas no cinema canadiano, sendo autora de um filme polémico sobre o estupro, MOURIR À TUE-TÊTE (1978), uma ficção feita do ponto de vista da vítima. DE MÈRE EN FILLE, a sua primeira longa-metragem e o filme que consagrou o seu nome, é uma reflexão sobre a gravidez e a maternidade.
02/11/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
À Saint Henry le 5 Septembre | La Lutte | Bûcherons de la Manouane
duração total da projeção: 95 min | M/12
O Cinema Direto no Quebeque
À SAINT HENRY LE 5 SEPTEMBRE
de Hubert Aquin
Canadá, 1962 – 41 min / legendado eletronicamente em português
LA LUTTE
de Claude Jutra, Michel Brault, Marcel Carrière, Claude Fournier
Canadá, 1961 – 27 min / legendado eletronicamente em português
BÛCHERONS DE LA MANOUANE
de Arthur Lamothe
Canadá, 1962 – 27 min / legendado eletronicamente em português
Sessão que abre três das grandes linhas temáticas do cinema desta época: a vida urbana (24 horas na vida do bairro operário de Saint-Henry, em Montréal, no primeiro dia de escola), o desporto (a luta profissional, entre um torneio no Forum de Montréal e os salões clandestinos), as comunidades isoladas numa natureza dura (no outono e inverno, os lenhadores trabalham numa floresta nevada). Três filmes em que a portabilidade do equipamento, o som síncrono, a imersão nos espaços-tempos filmados (ou seja, a linguagem do Cinema Direto) constroem, de maneiras muito diversas, retratos de enorme força poética.
03/11/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Le Paysagiste | La Théorie du Tout | Le Beau Plaisir
duração total da projeção: 100 min | M/12
Gestos e Paisagens
LE PAYSAGISTE
de Jacques Drouin
Canadá, 1976 – 7 min / legendado eletronicamente em português
LA THÉORIE DU TOUT
de Céline Baril
Canadá, 2009 – 78 min / legendado eletronicamente em português
LE BEAU PLAISIR
de Bernard Gosselin, Michel Brault, Pierre Perrault
Canadá, 1968 – 15 min / legendado eletronicamente em português
A paisagem concretiza-se e persiste em diferentes modos de relação entre a natureza e o humano. Nesta sessão viajamos da imersão entre a paisagem e o inconsciente no clássico de animação com ecrã de agulhas LE PAYSAGISTE, até à construção comunitária em torno da tradição da pesca do golfinho, em LE BEAU PLAISIR (um filme que revisita gentes e lugares de POUR LA SUITE DU MONDE, de novo no mais puro Cinema Direto). Entre os dois, damos a ver LA THÉORIE DU TOUT, um filme que se constrói na busca do encontro entre as imagens dos lugares e as memórias dos seus habitantes, procurando o acordo entre palavras, gestos e recordações individuais, mapeando território, registando o seu imaginário.
03/11/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Les Ordres
de Michel Brault
Canadá, 1974 - 109 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O Quebeque Livre? II
LES ORDRES baseia-se no testemunho de dezenas de pessoas detidas durante o Estado de Exceção declarado em outubro de 1970, na sequência de motins provocados pela leitura de um manifesto separatista por membros da Frente de Libertação do Quebeque. Seguimos cinco personagens construídas a partir desses testemunhos, desde a detenção até à libertação, num filme magistral que se afirma entre o testemunho dos factos e a construção de um imaginário político. “Não tínhamos dinheiro suficiente para filmar tudo a cores (…) as cenas da prisão foram filmadas a cores, porque as pessoas comuns não conhecem as cores da prisão.” (Michel Brault).
06/11/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa | Uma Outra América: O Singular Cinema do Quebeque
Em colaboração com o Doclisboa, com o apoio do Office National du Film du Canada / National Film Board of Canada e da Cinémathèque Québécoise
Un Pays sans Bon Sens!
de Pierre Perrault
Canadá, 1970 - 118 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um País sem Bom Senso
Filme-ensaio inscrito na busca identitária que atravessa o cinema do Quebeque. Um dos grandes temas que subjazem em toda a obra de Perrault é aqui trazido ao de cima como reflexão explícita e como tema universal: neste caso o assunto é a própria interrogação sobre a noção de pertença a um país – que pode ser tanto o sentimento nacional dos quebequenses (que, anteriormente ao período histórico da década de sessenta, eram designados “Canadianos franceses”), como, por exemplo, o dos Bretões de França. Em articulação com isto é também abordada a questão dos povos autóctones da província, na sua complexa relação com o nacionalismo regional. Filmado no Quebeque e em Paris, e usando pela primeira vez a mediação de intelectuais que discutem e interrogam elementos da população, o filme é ao mesmo tempo uma súmula, uma inflexão e uma deriva na obra de Perrault.