05/12/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Que Quero Ver
In Nome della Legge
Em Nome da Lei
de Pietro Germi
com Massimo Girotti, Jone Salinas, Camillo Mastrocinque, Charles Vanel, Saro Urzi
1949 - 100 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Antes de se ter tornado um dos nomes maiores da comédia à italiana, Pietro Germi especializou-se em dramas de pendor realista que se apresentavam imersos na realidade sociológica da Itália do pós-guerra. Filmado no coração da Sicília, IN NOME DELLA LEGGE conta a história de um jovem magistrado colocado em Capodarso, onde testemunha e é visado pelas lutas de poder locais. Neste “mundo feudal”, o juiz inicia uma batalha entre a ordem da máfia e a ordem da justiça, no que é uma versão à italiana de algumas narrativas clássicas do western americano, como a de MY DARLING CLEMENTINE de John Ford, e que decerto não terá sido indiferente a Francis Ford Coppola para a realização da sequência siciliana de THE GODFATHER, com a qual o filme de Germi partilha um dos seus atores: Saro Urzì.
 
05/12/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Centenário Merce Cunningham

em colaboração com o InShadow– Lisbon Screendance Festival
Assemblage | Beach Birds for Camera
duração total da projeção: 86 min | M/12
ASSEMBLAGE
de Richard Moore
Estados Unidos,1968 – 58 min / sem legendas
BEACH BIRDS FOR CAMERA
de Elliot Caplan
Estados Unidos,1993 – 28 min / sem diálogos

ASSEMBLAGE é um filme dado como perdido e redescoberto depois da morte de Merce Cunningham, centrando-se num desejo de explorar as possibilidades do cinema, nomeadamente da imagem, do som, e da montagem, enquanto veículo de redescoberta da performance de dança. ASSEMBLAGE resultou de uma colaboração entre Cunningham e o realizador e antigo bailarino Richard Moore e apresenta Cunningham e a sua companhia a dançarem na Ghirardelli Square de São Francisco em 1968. Um trabalho produzido para a televisão, que cruza os movimentos de uma zona da cidade em rápida transformação com os movimentos dos bailarinos. Realizado já nos anos 1990, BEACH BIRDS FOR CAMERA é a adaptação ao cinema de uma coreografia original de Cunningham, numa colaboração deste com Elliot Caplan, acompanhada pela composição Four3 de John Cage. Filmado em vídeo em dois cenários distintos – a primeira parte a preto e branco, e a segunda a cores, BEACH BIRDS FOR CAMERA é uma das mais importantes obras de “vídeo-dança” do coreógrafo. Primeiras exibições na Cinemateca, a apresentar em cópias digitais.
 
05/12/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
As Variações de Hong Sang-Soo
Oh! Soo-Jung
“A Virgem Desnudada pelos seus Pretendentes”
de Hong Sang-soo
com Lee Eun-ju, Mun Seong-kun, Cho Won-hee, Han Myeong-gu, Ho-Bong Jeong
República da Coreia, 2000 - 126 min
legendado eletronicamente em português | M/16
É o primeiro Hong Sang-soo a preto e branco, cromatismo a que os seus filmes só regressaram em 2011 (“O DIA EM QUE ELE CHEGA”) e em 2017/18, numa fiada de três. O título internacional – VIRGIN STRIPPED BARE BY HER BACHELORS – lembra o da obra de Marcel Duchamp, A Noiva Desnudada pelos seus Celibatários, Mesmo, referência a que Hong Sang-soo diz preferir a mera ressonância da frase. Seguindo a história triangular de uma mulher e dois homens, seus pretendentes, o filme é construído em duas partes numeradas em capítulos que podem ser versões distintas, consecutivas, ou um reflexo digressivo da memória (“Porventura Acidente” e “Porventura Intenção”). Prosseguindo um trabalho sobre elementos recorrentes, Hong filma repetições e episódios semelhantes, ou paralelos, adotando pontos de vista distintos na narrativa e na mise-en-scène. Primeira exibição na Cinemateca, em cópia digital.
 
05/12/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ante-Estreias
A Ilha Invisível
de Rui Almeida Paiva
com Adilson Afonso, Guilherme Brito, Henrique M'Bemba, Hugo Carvalho
Portugal, 2018 - 44 min | M/12
com a presença de Rui Almeida Paiva
“A leitura do livro de René Daumal, Monte Análogo, está na génese do projeto A ILHA INVISÍVEL. Nessa obra, Daumal levanta a hipótese da existência de uma ilha/continente que, embora geograficamente e materialmente impossível, se encontra inacessível (culpa de uma anomalia de perceção, tornando esse lugar invisível ao olhar humano). Com esta ideia de Daumal, decidi fazer uma aproximação ao bairro das Terras da Costa que continha em si as características do Monte Análogo – apesar de estar próximo da cidade da Costa de Caparica e do seu acesso rodoviário principal, encontra-se velado, e o transeunte não dará conta da sua existência. Ao chegar ao bairro das Terras da Costa, conheci Dádá, um músico de funáná e kizomba, que tem um estúdio na sua casa. A sua paixão e obsessão pela produção de músicas originais levou-me a tentar compreender melhor os seus processos de trabalho, bem como a essência das letras que escrevia para as suas melodias” (Rui Almeida Paiva). Enquanto escritor, Rui Almeida Paiva tem trabalhado para projetos de teatro, dança e cinema.