09/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
In the Street | Under the Brooklyn Bridge | The Little Fugitive
duração total da projeção: 111 min | M/12
Vestígios do real
IN THE STREET
de Janice Loeb, Helen Levitt, James Agee
Estados Unidos, 1946-1952 – 16 min / sem diálogos
UNDER THE BROOKLYN BRIDGE
de Rudy Burckhardt
Estados Unidos, 1953 – 15 min / sem siálogos
THE LITTLE FUGITIVE
de Ray Ashlin, Morris Engel, Ruth Orkin
com Riche Andrews, Richard Brewster, Jay Williams
Estados Unidos, 1948 – 80 min / legendado eletronicamente em português
A sessão de medula americana, próxima de Nova Iorque, olha para crianças e miúdos, reunindo obras de Helen Levitt, Janice Loeb e James Agee, Rudy Burckhardt, Ray Ashlin, Morris Engel e Ruth Orkin. IN THE STREET, um filme que Charles Chaplin não se cansava de ver, foi rodado por sugestão de Janice Loeb e James Agee, entre 1945/46, por Helen Levitt, que muito fotografou as crianças no Harlem nessa década e cujas fotografias de crianças ocupam um importante lugar na história da fotografia. Sobre UNDER THE BROOKLYN BRIDGE de Rudy Burckhardt, Jonas Mekas: “Há sequências, uma das quais a das crianças a nadarem debaixo da ponte de Brooklyn, que pertencem às melhores imagens de Nova Iorque jamais feitas”. THE LITTLE FUGITIVE, o primeiro filme da dupla de fotógrafos Morris Engel/Ruth Orkin, que o assinam com Ray Ashlin, é tido como um elo perdido no cinema americano e o filme que inspirou François Truffaut em LES 400 COUPS. Pequena produção independente, inteiramente rodada nos cenários naturais das ruas de Nova Iorque e da praia de Coney Island, capta um dia de verão na vida de um miúdo de 10 anos que, temporariamente deixado à guarda de um irmão um pouco mais velho, foge de casa.
09/05/2018, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Les 400 Coups
Os 400 Golpes
de François Truffaut
com Jean-Pierre Léaud, Claude Maurier, Albert Rémy
França, 1959 - 93 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O fluxo, o instante
Filmado a preto e branco e em formato panorâmico, o filme de estreia de Truffaut é um dos atos fundadores do cinema moderno, instaurando uma nova relação com os atores, com o espaço e com a narrativa. Parcialmente autobiográfico, conta a história de um adolescente mal-amado, que comete pequenos delitos e é friamente mandado pelos pais para um reformatório, de onde acaba por fugir, numa célebre cena, que tem tanto de realista como de simbólica. É o filme que termina com uma das mais belas imagens fixas da história do cinema, um paralítico sobre o rosto do muito jovem Jean-Pierre Léaud, que nos olha de frente.
10/05/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
24 Frames
de Abbas Kiarostami
Irão, França , 2017 - 114 min
sem diálogos | M/12
Álbuns Fotográficos
É o filme póstumo de Abbas Kiarostami (1940-2017), estreado no Festival de Cinema de Cannes de 2017, em 24 segmentos que fluem a partir de imagens fixas e terminam ao som de Love Never Dies, de Andrew Lloyd Webber. Kiarostami, que também fez da fotografia uma forma de expressão e acreditava no poder narrativo intrínseco a uma imagem fixa, alia-a aqui ao cinema. “Sempre me questionei até que ponto deseja um artista representar a realidade de uma cena. Os pintores capturam apenas um fotograma de realidade e nada antes nem depois dele. Para 24 FRAMES decidi usar fotografias por mim tiradas ao longo dos anos. Incluí 4’30” do que imaginei que pudesse ter tido lugar antes ou depois de cada imagem que capturei” (Abbas Kiarostami). Primeira exibição na Cinemateca.
10/05/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança | Filmes do Catálogo Lumière | Das Kino und der Wind und die Photographie – Sieben Kapitel Über Dokumentarische Filme
duração total da projeção: 69 min (aprox.) | M/12
Vestígios do real
SAÍDA DO PESSOAL OPERÁRIO DA FÁBRICA CONFIANÇA
de Aurélio da Paz dos Reis
Portugal, 1896 – 1 min / mudo, sem intertítulos
FILMES DO CATÁLOGO LUMIÈRE
de Louis Lumière, catálogo Lumière
França, 1895-1899 – 13 min (aprox.) / mudos, sem intertítulos
DAS KINO UND DER WIND UND DIE PHOTOGRAPHIE – Sieben Kapitel über dokumentarische Filme
“Cinema e Vento e Fotografia – Sete Capítulos sobre o Documentário”
de Hartmut Bitomsky
Alemanha, 1991 – 55 min / legendado eletronicamente em português
Com SAÍDA DO PESSOAL OPERÁRIO DA FÁBRICA CONFIANÇA, filmado defronte do número 181 da Rua de Santa Catarina no Porto, como réplica de LA SORTIE DE L’ USINE LUMIÈRE À LYON, a sessão parte de imagens pioneiras do cinema português de Aurélio da Paz dos Reis, republicano e fotógrafo. Seguem-se treze vistas cinematográficas do catálogo Lumière filmadas entre 1896 e 1899 e reveladoras da original qualidade do cinema dos irmãos Louis e Auguste Lumière. Hartmut Bitomsky começa “CINEMA E VENTO E FOTOGRAFIA – SETE CAPÍTULOS SOBRE O DOCUMENTÁRIO”, um dos seus filmes-ensaio dos anos noventa que interrogam a História do cinema, com as imagens “da rua do primeiro filme”, nos arredores de Lyon, onde ficava a fábrica de material fotográfico dos irmãos Lumière. O filme percorre matéria visual e sonora cinematográfica em sete capítulos – O Rio; A Vida; A Verdade do Cinema; O Bloco de Mármore; A Torre das Objetivas; Espelhos e Imagens; A Terra. Os filmes Lumière são apresentados em cópias digitais.
10/05/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
24 Imagens – Cinema e Fotografia (I)
Le Débarquement du Congrès de Photographie à Lyon | Cézanne
duração total da projeção: 52 min | M/12
Vestígios do real
LE DÉBARQUEMENT DU CONGRÈS DE PHOTOGRAPHIE À LYON
de Louis Lumière
França, 1895 – 1 min / mudo, sem diálogos
CÉZANNE
de Jean-Marie Straub, Danièle Huillet
França, 1989 – 51 min / legendado eletronicamente em português
CÉZANNE é um dos filmes mais intensamente belos de Straub e Huillet. Sobre a fotografia de Cézanne a pintar, que o filme investe com uma longa duração, e sobre alguns dos seus quadros, sempre registados na totalidade da superfície, ouvimos em “off” a leitura de trechos dos diálogos de Cézanne e Joachim Gasquet, intercalados com cenas de MADAME BOVARY, de Renoir, e de DER TOD DES EMPEDOKLES, dos próprios Straub-Huillet. É um filme que chama por outros filmes e que nos devolve à pintura, mas também às raízes fotográficas do cinema. Antes dele, um mítico trabalho dos irmãos Lumière que regista o desembarque de um grupo de fotógrafos com as suas máquinas após uma excursão no congresso das sociedades de fotografia francesas, no dia 11 de junho de 1895 em Lyon. No dia seguinte, estas imagens seriam projetadas para uma plateia de fotógrafos, que se renderiam à evidência da invenção do cinematógrafo