Estreado a 20 de maio de 1930 no São Luiz, MARIA DO MAR, de Leitão de Barros é um dos expoentes do cinema mudo português, símbolo de mestria na construção de uma narrativa que encontra no feudo entre duas famílias uma história de amor que vai para lá do drama da faina dos pescadores da Nazaré.
Em 2000, este foi o primeiro trabalho feito no laboratório de restauro da Cinemateca, o ANIM - Arquivo Nacional das Imagens em Movimento), então numa cópia em película. Se foi exibido em inúmeras ocasiões e ciclos, MARIA DO MAR é também escolhido para marcar o início das atividades públicas do programa
FILMar, que terá uma continuidade regular a partir de 30 de setembro. Decorrendo entre este ano e 2024, este programa (financiado no quadro dos EEAGrants), permitirá à Cinemateca digitalizar dez mil minutos de cinema português de temáticas relacionadas com o mar, em diálogo com o
Norsk Filminstitutt, entidade congénere da Cinemateca Portuguesa na Noruega.
Agora, no momento em que apresentamos a nova cópia digital de MARIA DO MAR, na mesma sala da sua estreia, o São Luiz Teatro Municipal, voltamos a juntar-lhe a notável composição de Bernardo Sassetti, executada ao vivo por um conjunto orquestral dirigido por Vasco Pearce de Azevedo, com a participação de Filipa Pais (voz) e Francisco Sassetti (piano), representativa da inventividade da sua escrita musical e atenta aos cambiantes emocionais da realização de Leitão de Barros.