José Pacheco Pereira e Domingos Abrantes vão estar na Cinemateca no próximo dia 28 de setembro para participar numa conversa a seguir à exibição dos filmes O SEGREDO, de Edgar Feldman, e A FUGA, de Luís Filipe Rocha, numa sessão especial programada em contexto do ciclo QUE FAREI COM ESTA ESPADA?.
A sessão dupla reúne dois importantes filmes sobre a fuga de António Dias Lourenço do Forte de Peniche, a infame prisão do Estado Novo, em dezembro de 1954, ambos apresentando abordagens distintas sobre aquela que é considerada uma das mais espetaculares fugas de cadeias durante o período da ditadura. Se em A FUGA estamos perante uma obra de ficção (a primeira assinada por Luís Filipe Rocha, a apresentar no recente restauro digital feito pela Cinemateca) baseada na experiência de Dias Lourenço, em O SEGREDO é o próprio Dias Lourenço que fala em discurso direto sobre os seus anos de cárcere.
O historiador e o histórico dirigente comunista, também protagonista de uma importante fuga durante a ditadura salazarista (em dezembro 1961, quando escapou da prisão de Caxias com outros presos políticos numa viatura que estivera ao serviço de Salazar) juntam-se assim às presenças já confirmadas dos dois realizadores nesta sessão única.
28/09/2024, 17h30 | Sala M. Félix Ribeiro
QUE FAREI EU COM ESTA ESPADA? LIBERDADE
O SEGREDO
de Edgar Feldman
com António Dias Lourenço
Portugal, 2008 – 25 min
A FUGA
de Luís Filipe Rocha
com Luís Alberto, José Viana, Miguel Franco, Carlos César, Maria do Céu Guerra, Costa Ferreira
Portugal, 1977 – 109 min
duração total da projeção: 134 min | M/12
projeção seguida de conversa com Edgar Feldman, Luís Filipe Rocha, José Pacheco Pereira e Domingos Abrantes
A fuga do preso político antifascista António Dias Lourenço (1915-2010) do Forte de Peniche em dezembro de 1954 está no centro de O SEGREDO, de Edgar Feldman, e de A FUGA, de Luís Filipe Rocha. Essa fuga solitária do histórico dirigente comunista é a mais espetacular das fugas portuguesas, um extraordinário feito de coragem e um símbolo da luta pela liberdade, do combate e da resistência à repressão do Estado Novo. Feldman filma o testemunho de Dias Lourenço, aos 94 anos, evocando os anos de prisão da cadeia de alta segurança de Peniche e a evasão após um mês de castigo na cela-cubículo sem luz conhecido como “segredo”. Inspirado na experiência do mesmo Dias Lourenço, a primeira obra de ficção de Luís Filipe Rocha é um importante título da “filmografia de Abril”, filmado em Lisboa, Caxias e Peniche pouco tempo após o fim do jugo da ditadura portuguesa. A narrativa segue o quotidiano de um preso político, o seu julgamento em tribunal plenário, as torturas que lhe foram infligidas ou a fuga por mar, concentrando-se na questão do encarceramento e no espaço concreto daquele lugar de cárcere recentemente transformado em Museu Nacional Resistência e Liberdade. A FUGA a exibir em cópia digital.