Como entretanto foi também anunciado, nesta reabertura de temporada, em Setembro de 2011, uma parte daquelas restrições serão ultrapassadas. É o caso do número de sessões diárias no conjunto das duas salas principais – Dr. Félix Ribeiro e Luis de Pina – que voltarão a ser em número de cinco. É o caso, também, dos instrumentos de promoção e da actividade editorial, na qual está em curso uma reestruturação que produzirá os seus resultados, progressivamente, ao longo dos últimos meses de 2011 e no decurso do próximo ano.
No momento em que anunciamos este relançamento, cabe então uma palavra sobre a possibilidade e a relatividade dele. O facto de termos conseguido retomar algumas destas actividades deriva, insiste-se, da reorganização interna operada nessas áreas, nomeadamente no que diz respeito aos processos administrativos ou, por exemplo, ao estabelecimento de novas parcerias. Contudo, uma vez que o enquadramento legal, administrativo e financeiro, se manteve inalterado, estas medidas não significam que a nossa vida interna e o nosso funcionamento público tenham regressado à normalidade anterior. O que está em causa é assim uma adaptação relativa, tanto em termos das modalidades de trabalho abrangidas (que não são necessariamente todas as actividades afectadas) como de nível de resposta (uma vez que o relançamento é feito dentro do mesmo quadro de gestão).
Este arranque de temporada de programação – e tudo que a ele se seguirá, até ao final do ano e no próximo – traz uma intenção firme de desenvolvimento por parte de uma instituição que está bem ciente do seu percurso e da responsabilidade que ele acarreta. O facto de estarmos a fazê-lo num contexto complexo, redefinindo meios e procedimentos, e dentro de óbvias limitações, não anula essa intenção. Por diferente que venha a ser, e na medida em que também desejamos que o seja, o futuro da Cinemateca tem que ter como uma das chaves o seu passado. The Long Voyage Home.
Agosto de 2011
Maria João Seixas
José Manuel Costa