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Assunto: Programação
Data: 14/05/2025
A caminho do verão com Billy Woodberry e Camões nas paisagens do western selvagem
A caminho do verão com Billy Woodberry e Camões nas paisagens do western selvagem
Junho é o mês do regresso do verão e dos dias quentes. No mês que antecede a tão aguardada temporada de cinema ao ar livre na esplanada da Cinemateca, convocamos Billy Woodberry para nova edição da rubrica realizador convidado, comemoramos os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões e regressamos ao Velho Oeste, para a segunda parte do ciclo “Era uma Vez… O Western que traz à liça as dores de crescimento do género e os olhares vindos de fora dos EUA. Haverá ainda tempo e espaço para uma extensão dos Encontros de Cinema do Fundão e novo capítulo da retrospetiva Michael Curtiz.
 
Nascido em 1950 em Dallas, membro fundador, na Califórnia, do coletivo L.A. Rebellion, movimento fundamental na representação das vidas e comunidades afro-americanas, surgido no seio da UCLA nos anos 1970-80, Billy Woodberry vive e trabalha atualmente em Lisboa. O programa “Realizador convidado” que a Cinemateca organiza em diálogo com o cineasta assenta na apresentação dos seis filmes assinados por Billy Woodberry até à data (as curtas-metragens THE POCKETBOOK, MARSEILLE APRÈS LA GUERRE e A STORY FROM AFRICA e as longas BLESS THEIR LITTLE HEARTS, AND WHEN I DIE I WON’T STAY DEAD e MÁRIO) e de filmes da sua escolha neste contexto (17 títulos de 17 realizadores). Ao longo do mês, as sessões serão apresentadas e comentadas por Billy Woodberry com um grupo de investigadores, artistas e programadores. Em preparação, está um livro a publicar nos próximos meses.

Depois de uma primeira parte virada para o passado, o ciclo “Era uma Vez… O Western entra em nova fase durante os próximos dois meses. A partir dos anos 1960 os tempos começam a mudar e um dos géneros por excelência da Hollywood clássica tem de se adaptar aos novos ventos, tal como alguns dos protagonistas dos filmes que iremos ver no próximo mês. Em junho revisita-se o género através de um punhado de títulos assinados por cineastas do período pós-clássico e da Nova Hollywood. Partindo de dois títulos exemplares, abre-se caminho para o que virá em julho: o western visto de fora, com especial enfoque no olhar italiano do hiperestilizado western spaghetti, indo bem para lá do incontornável nome de Sergio Leone.
 
A propósito dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a Cinemateca associa-se às comemorações com uma mostra em que se procura interrogar a forma como a vida e obra do poeta foram sendo representadas pelo cinema, nomeadamente no período pós-Estado Novo. De Manoel de Oliveira a Paulo Rocha, dois cineastas com frequentes mergulhos no universo camoniano, passando por João César Monteiro, Jorge Cramez (através de Jorge de Sena), António Escudeiro, Miguel e João Manso, João Lopes, Gabriel Abrantes, Helena Estrela ou Sofia Marques, será um percurso multifacetado pelos vários pontos de vista suscitados por Camões, contrários à visão mitificado do poeta.
 
Outras propostas antes das sessões cinema na esplanada são a já habitual extensão dos Encontros de Cinema do Fundão na Cinemateca (este ano com a presença do realizador espanhol Pablo García Canga em Lisboa para apresentar alguns dos seus filmes) e a quinta e penúltima parte da retrospetiva “Teremos Sempre Michael Curtiz”.