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Assunto: Programação
Data: 14/07/2021
A Itália de Cecilia Mangini: retrospetiva em outubro
A Itália de Cecilia Mangini: retrospetiva em outubro
Este ano a colaboração da Cinemateca com o Doclisboa apresentará toda a obra de Cecilia Mangini. Para assinalar a retrospetiva dedicada à fotógrafa e realizadora italiana, que terá lugar em outubro na Cinemateca, a Cinemateca e o Doclisboa apresentam no próximo dia 6 de agosto uma sessão de antecipação com a exibição das três primeiras curtas-metragens da cineasta, fruto da sua colaboração com Pier Paolo Pasolini.
 
Falecida no início deste ano Cecilia Mangini é um dos nomes maiores do documentário em Itália, país onde foi a primeira mulher a realizar documentários no pós-Guerra. Com esta retrospetiva conjunta pretende-se dar a ver o trabalho de uma das mulheres pioneiras no documentário italiano daquela época. Um trabalho fundamental e ainda pouco conhecido sobre um período histórico de grandes convulsões em Itália, com um olhar particularmente preocupado com os mais desfavorecidos.
 
Nascida em 1927, filha de pai socialista de origens humildes e mãe nobre, Mangini cedo se afastou do fascismo da educação oficial, optando pelos ideais de esquerda, assumindo-se mais tarde anarquista. Esses ideais marcaram o seu olhar, inicialmente no seu trabalho de fotografia de rua e posteriormente no cinema, onde assinou um conjunto de documentários que definia como libertários, com foco nas diferenças sociais existentes num sistema conservador profundamente religioso.
 
A sua estreia no cinema deu-se com a colaboração de Pier Paolo Pasolini no texto de IGNOTI ALLA CITTÀ (1958), um pequeno documentário sobre os jovens da periferia romana e o seu mundo marginal. Com Pasolini trabalhou ainda nos filmes STENDALÌ (1960) e LA CANTA DELLE MARANE (1961). São estes três títulos que compõem o alinhamento da sessão de antecipação do dia 6 de agosto.
 
A retrospetiva, organizada com o apoio do Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, incluirá todos os filmes realizados por Cecilia Mangini e também um conjunto de títulos assinados pelo seu marido e colega de profissão Lino Del Fra (1927-1997), onde a cineasta deixou a sua marca como argumentista ou colaboradora influente.
 
Em 2021 a já habitual colaboração entre a Cinemateca e o Doclisboa estende-se ainda a uma outra retrospetiva dedicada à cineasta, fotógrafa e artista alemã Ulrike Ottinger, de quem será apresentado na sessão de dia 6 de agosto o filme LAOKON & SÖHNE (“Laoconte & Filhos”), co-realizado com Tabea Blumenschein.