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Assunto: IN MEMORIAM
Data: 25/08/2025
Luís Lucas (1952-2025)
Luís Lucas (1952-2025)
Luís Lucas foi uma presença assídua e inesquecível nos palcos e no grande ecrã. Colaborou de perto com Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo (integrou a equipa da Cornucópia em 1977), deu corpo e voz a várias personagens marcantes do cinema nacional, tais como o Cabo Brito em NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR de Manoel de Oliveira, João em O BOBO de José Álvaro Morais e, claro, Django em DINA E DJANGO. “Eu, apesar de não parecer, acredito no amor, a gente tem que ter um ideal, o meu ideal é o amor”, narrava a personagem, e o ator ao seu lado, conduzido pela lírica cinematográfica de um Nicholas Ray. Este anti-herói romântico imaginado por Solveig Nordlund conferiu-lhe a dimensão de um ícone à justa medida dos tempos e de um novíssimo cinema pós-revolucionário.

Vimo-lo e ouvimo-lo de maneira transversal, assistimos às pontes que ousou construir entre vias alternativas do nosso cinema: Joaquim Leitão, Jorge Silva Melo, António-Pedro Vasconcelos, João Botelho, Eduardo Geada, João Mário Grilo, Rita Azevedo Gomes e Luís Filipe Rocha foram alguns dos realizadores que o dirigiram. A sua voz era frequentemente convocada em locuções e narrações, exemplos de TEMPOS DIFÍCEIS de João Botelho e VIEIRARPAD de João Mário Grilo. Declamou poesia em vários acontecimentos públicos, nomeadamente pelos Artistas Unidos. Ao teatro e ao cinema somaram-se inúmeras participações em séries e novelas na televisão.
 
Na Cinemateca, a sua presença foi sempre notada no grande ecrã, como esse ator maior do nosso cinema, mas também nas fileiras das salas, enquanto espectador frequente das nossas sessões. Uma parte importante do seu trabalho no cinema apresenta-se plasmada nas páginas de catálogos recentemente editados, tais como aqueles que foram dedicados às obras de Luís Miguel Cintra, João Botelho, Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo, Monique Rutler e Eduardo Geada.