16/05/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Almada, da Dança das Formas à Imaginação
Almada, um Nome de Guerra
de Ernesto de Sousa
Portugal, 1969-1983 - 40 min | M/12
Reinterpretação do "mixed media" de Ernesto Sousa, composto por várias projeções fílmicas e projeções de slides em simultâneo e por uma elaborada componente sonora, que combina a música de Jorge Peixinho com a voz de Almada Negreiros. Se o material central de ALMADA, UM NOME DE GUERRA é um filme que retrata vários aspetos do trabalho de Almada, Ernesto de Sousa preferia classificar o projeto como um antifilme ou como evento multidisciplinar que partia do interesse de um artista pelo trabalho de outro artista e do reconhecimento do seu papel essencial na renovação das vanguardas. A primeira apresentação pública de ALMADA, UM NOME DE GUERRA ocorreria em 1979, seguindo-se várias outras. Um filme-performance singularíssimo, cuja apresentação se realiza pela segunda vez na Cinemateca, constituindo cada uma delas um momento único irrepetível.
18/05/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Almada, da Dança das Formas à Imaginação
Le Ballet Mécanique | The Circus
duração total da projeção: 85 min | M/6
LE BALLET MÉCANIQUE
de Fernand Léger
França, 1924 – 15 min / mudo, sem intertítulos
THE CIRCUS
O Circo
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Allan Garcia, Merna Kennedy
Estados Unidos, 1927 – 70 min / mudo, intertítulos em inglês, legendados em português
É uma representação cubista de Charlot que introduz LE BALLET MÉCANIQUE, grande clássico das vanguardas cinematográficas dos anos vinte que revela como Chaplin é uma figura transversal a todo um universo fascinado pelas novas possibilidades do cinema enquanto arte. Como o título e o argumento o indicam, THE CIRCUS é uma homenagem ao circo pelo mais sublime "clown" de todos os tempos: Charlot, o vagabundo que vai trabalhar num circo e por acaso se torna uma vedeta. Na opinião de Jean Mitry, autor de um importante estudo sobre Chaplin, “de todos os grandes filmes de Charlot, THE CIRCUS talvez seja o mais equilibrado.” A profunda admiração de Almada Negreiros por Chaplin está bem espelhada em vários textos que escreveu em que o classifica (a par de Méliès e Walt Disney) como um dos maiores génios do cinema. Os "motivos" são obviamente muitos.
19/05/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Almada, da Dança das Formas à Imaginação
The Thief of Bagdad
O Ladrão de Bagdad
de Raoul Walsh
com Douglas Fairbanks, Julanne Johnston, Anna May Wong, Sojin, Brandon Hurst, Snitz Edwards, Charles Belcher
Estados Unidos, 1924 - 155 min
mudo, intertítulos em inglês, legendados eletronicamente em português | M/12
Com acompanhamento ao piano por João Paulo Esteves da Silva
Uma deslumbrante fantasia oriental inspirada nos contos das Mil e Uma Noites, produzida e interpretada por Douglas Fairbanks. Seguem-se as aventuras de Ahmed, um ágil e hábil ladrão que se apaixona pela princesa de Bagdad e parte à descoberta do objeto mais precioso do mundo para obter a sua mão. O filme destaca-se pelos deslumbrantes cenários e figurinos muito influenciados pelo trabalho do cenógrafo e pintor Léon Bakst para os Ballets Russes e em concreto para o espetáculo Scheherazade. A propósito da sua vinda a Portugal em 1917, Almada escreveria o célebre Manifesto dos Bailados Russos em Lisboa, texto único que os considera como paradigma do seu tempo na sua “compreensão feliz da Arte moderna”. O diálogo que então estabelece com a companhia de Diaghilev será determinante no contexto da sua obra plástica e nos bailados por si concebidos enquanto dançarino, coreógrafo e figurinista. A apresentar em cópia digital.
22/05/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Almada, da Dança das Formas à Imaginação
The Red Shoes
Os Sapatos Vermelhos
de Michael Powell, Emeric Pressburger
com Anton Walbrook, Moira Shearer, Esmond Knight, Leonide Massine
Reino-Unido, 1948 - 136 min
legendado eletronicamente em português | M/6
Uma das obras-primas do cinema britânico da década de quarenta, que tem por tema a relação entre a vida e a arte. Guiada por um empresário visivelmente inspirado na figura de Diaghilev, uma jovem bailarina torna-se uma estrela, mas tem de enfrentar o dilema entre entregar-se inteiramente à carreira ou sacrificar o amor. A fotografia em Technicolor de Jack Cardiff, a fabulosa direção artística de Hein Heckroth e a música de Brian Easdale construíram um dos mais belos musicais de sempre. Léonide Massine, que entre 1915 e 1921 foi o principal coreógrafo dos Ballets Russes de Diaghilev, tem aqui um dos seus mais importantes papéis no cinema, coreografando e dançando uma importante sequência do filme. De Powell/Pressburger a Almada e ao seu bailado A Princesa dos Sapatos de Ferro (1918), são vários os universos que se fundem sob o signo da explosão da cor, da dança e da imaginação. A apresentar em cópia digital.
23/05/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
Almada, da Dança das Formas à Imaginação
Ritmi di Stazioni, Impressioni di Vita N.1 | Douro Faina Fluvial | Berlin, die Symphonie der Grosstadt
duração total da projeção: 92 min | M/6
RITMI DI STAZIONI, IMPRESSIONI DI VITA N.1
de Corrado D’Errico
Itália, 1933 – 8 min / mudo (musicado), sem intertítulos
DOURO FAINA FLUVIAL
de Manoel de Oliveira
Portugal, 1931 – 18 min / mudo, sem intertítulos
BERLIN, DIE SYMPHONIE DER GROSSTADT
Berlim, Sinfonia de uma Capital
de Walter Ruttmann
Alemanha, 1927 – 66 min / mudo, sem intertítulos
BERLIN, DIE SYMPHONIE DER GROSSTADT é o mais célebre e o mais perfeito dos filmes feitos em meados dos anos vinte sobre as diversas atividades de uma cidade, que é a protagonista do filme. Foi esta obra de Ruttmann que deu nome a um género: sinfonias urbanas. Os três filmes da sessão evocam uma modernidade conotada com o ritmo das cidades, retratadas em toda a sua energia vital. A abrir, RITMI DI STAZIONI, do italiano Corrado D’Errico, revela o fascínio futurista pelas máquinas e pela velocidade para se transformar num bailado de rimas visuais e ritmos formais de grande intensidade. DOURO, FAINA FLUVIAL é o primeiro grande momento da obra de Manoel de Oliveira, que, para este filme, colheu forte inspiração no "filme-sinfonia” de Ruttmann. RITMI DI STAZIONI é exibido pela primeira vez na Cinemateca.