A história dos encontros e das relações entre um jornalista e um fotógrafo na Lisboa de 1973. Vindo do cinema amador e dos cineclubes, Rogério Ceitil começara por assinar Grande, Grande era a Cidade (1971), uma obra em que contara com a colaboração de Lauro António e que nunca foi estreada por interdição da censura após uma única exibição no Festival de Santarém de 1972. Mercê da pequena história de uma disputa de autoria referente a esse primeiro filme (de que o argumento de CARTAS NA MESA terá sido evocação), as referências a esta segunda obra acabaram por ser parcialmente desviadas do que mais contaria, a saber, o facto de estar em causa uma das raras incursões do nosso cinema da altura num tipo de filmagem direta e dir-se-ia desarmada, que, para além de possíveis fraquezas intrínsecas, carecia tanto de tradição como de contexto. Filmado poucos meses antes do 25 de Abril, estreou-se em janeiro de 1975, porventura mais uma vez desenquadrado. Na Cinemateca teve uma única exibição, no ciclo inaugural de 1980.