Vindo do jornalismo e da crítica cinematográfica dos anos trinta, com uma longa carreira de assistente desde essa década até aos anos cinquenta (trabalhou com Leitão de Barros, Chianca, Arthur Duarte, Queiroga, Henrique Campos…) Augusto Fraga realizou quatro longas-metragens já na viragem dos anos cinquenta para sessenta, das quais a primeira foi SANGUE TOUREIRO (1958) e esta foi a última. Cinema entre dois mundos – entre a difícil década de cinquenta, que aqui tanto temos estado a reinterrogar, e o tempo do Cinema Novo –, normalmente referido como prolongamento das fragilidades da década anterior, RAÇA foi permeável aos novos tempos no campo da imensa lista de atores, que se estende, em grandes ou pequenos papéis, de Paulo Renato, Ruy de Carvalho ou Nicolau Breyner a Teresa Mota, Cremilda Gil, Irene Cruz, Irene Isidro, Rui Mendes, João Mota ou João Perry… Mais de meio século depois, qual pode ser o seu lugar?