CICLO
Double Bill


Para o programa “Double Bill” de janeiro, a escolha recaiu sobre oito filmes com a palavra Double (cuja grafia tanto é válida para francês como para inglês) no título. Como em todos os jogos, tem de haver batota – senão não tem tanta graça – e a última sessão é composta por filmes com a palavra Duplo(a) no título em português. Daqui resulta que se dão a ver filmes que aparentemente – e para lá do título – pouco ou nada têm em comum. Entre Billy Wilder e Claude Chabrol, Groucho Marx e Yul Brynner, Kieslowski e James Gray ou Jane Russell e Melanie Griffith (que, neste programa, por obra do acaso, pode ser vista a dobrar), as possíveis associações ficam para quem as quiser fazer, se assim muito bem o entender. Seja como for, aqui fica o pretexto, e aqui fica uma proposta e um convite para ver ou rever oito filmes que não rimam. 
07/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Double Indemnity | Double Dynamite
duração total da projeção: 187 min | M/12
14/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

À Double Tour | Body Double
duração total da projeção: 214 min | M/18
 
21/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Double Man | La Double Vie de Véronique
duração total da projeção: 203 min | M/12
 
28/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Double Bill

Dose Dupla / Too Much | Two Lovers
duração total da projeção: 228 min | M/12
07/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Double Indemnity | Double Dynamite
duração total da projeção: 187 min | M/12
Entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
DOUBLE INDEMNITY
Pagos a Dobrar
de Billy Wilder
com Barbara Stanwyck, Fred Mac Murray, Edward G. Robinson, Tom Powers, Porter Hall
Estados Unidos, 1944 – 107 min / legendado em espanhol
DOUBLE DYNAMITE
Casar Não Custa
de Irving Cummings
com Jane Russell, Groucho Marx, Frank Sinatra, Don McGuire
Estados Unidos, 1951 – 80 min / legendado em português

Adaptado por Raymond Chandler de um romance de James M. Cain, DOUBLE INDEMNITY é o arquétipo maior do filme “negro”, onde Barbara Stanwyck surge como o paradigma da mulher fatal, que, em cumplicidade com um agente de seguros que seduz, planeia a morte do marido num acidente, para receber uma indemnização dupla. Robinson é o chefe da investigação que paulatinamente vai juntando os fios da meada. DOUBLE DYNAMITE é uma comédia musical da RKO, protagonizada por muito ilustres nomes, e teve como título de trabalho “It’s Only Money” (nome de um dos seus números musicais). Foram o estúdio e Howard Hughes os responsáveis pela alteração do título, inspirado no famoso decote de Jane Russell. A atriz interpreta o papel de uma discreta secretária na sua quarta longa-metragem, estreada em 1951 mas rodada uns anos antes.
14/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
À Double Tour | Body Double
duração total da projeção: 214 min | M/18
Entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
À DOUBLE TOUR
Pedido de Divórcio
de Claude Chabrol
com Madeleine Robinson, Antonella Lualdi, Jacques Dacqmine, Jean-Paul Belmondo
França, 1959 – 100 min / legendado eletronicamente em português
BODY DOUBLE
Testemunha de um Crime
de Brian De Palma
com Craig Wasson, Gregg Henry, Melanie Griffith, Deborah Shelton
Estados Unidos, 1984 – 114 min / legendado eletronicamente em português

Com À DOUBLE TOUR, Chabrol, o mais “hitchcocko-languiano” da Nouvelle Vague (e também o mais prolífico), assinou o seu terceiro filme em menos de um ano. O cinismo é o mesmo de sempre: o filme é mais uma crónica ácida sobre a decadência de uma certa burguesia, novamente captada através de uma história de desintegração familiar, numa mansão rural dominada pela figura de Madeleine Robinson, que, com este filme, conquistou a Taça Volpi de interpretação no Festival de Veneza de 1959. Belmondo no seu primeiro papel de destaque, antes da “explosão” de À BOUT DE SOUFFLE, no ano seguinte. Mais uma incursão de Brian de Palma no universo hitchcokiano: BODY DOUBLE tem como ponto de partida (ou será de chegada?) um invulgar “melting pot” entre A JANELA INDISCRETA e VERTIGO. E estão lá todos os ingredientes – culpa, voyeurismo, claustrofobia, impotência, ingenuidade. É só baralhar e dar de novo. Ou não? BODY DOUBLE é apresentado em cópia digital, numa primeira exibição na Cinemateca.
21/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Double Man | La Double Vie de Véronique
duração total da projeção: 203 min | M/12
Entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
DOUBLE MAN
O Duplo Homem
de Franklin J. Schaffner
com Yul Brynner, Britt Ekland, Clive Revill
Reino Unido, 1967 – 105 min / legendado eletronicamente em português
LA DOUBLE VIE DE VERONIQUE
A Dupla Vida de Véronique
de Krzystof Kieslowski
com Irène Jacob, Wladislaw Kowalski, Guillaume de Tonquedec
França, Polónia, Noruega, 1991 – 98 min / legendado eletronicamente em português

DOUBLE MAN é um filme de espionagem, típico produto de um certo cinema americano dos anos sessenta, com um argumento rebuscado que  pretende criar o suspense necessário para prender o espectador ao ecrã. Yul Brynner é um agente da CIA que desconfia que o acidente mortal de ski sofrido pelo seu filho numa estância austríaca, afinal não foi nada acidental. LA DOUBLE VIE DE VÉRONIQUE foi o filme que, depois da revelação de DEKALOG, mais fez pelo reconhecimento de Kieslovski a nível internacional. Como o título indica, está construído sob o signo do duplo: duas heroínas, duas nacionalidades, dois modos de vida. Duas jovens, uma polaca e outra francesa, nascidas no mesmo dia, são como que a “projeção” uma da outra, e o trágico destino de uma irá refletir-se na sua dupla. 
28/01/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Double Bill
Dose Dupla / Too Much | Two Lovers
duração total da projeção: 228 min | M/12
Entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 30 minutos
DOSE DUPLA / TOO MUCH
Dose Dupla
de Fernando Trueba
com Antonio Banderas, Melanie Griffith, Daryl Hannah, Danny Aiello
Espanha, Estados Unidos, 1996 – 118 min / legendado em português
TWO LOVERS
Duplo Amor
de James Gray
com Joaquin Phoenix, Gwyneth Paltrow, Isabella Rossellini, Vinessa Shaw
Estados Unidos, 2008 – 110 min / legendado em português

No filme de Fernando Trueba, um jovem galerista (Antonio Banderas) apaixona-se simultaneamente por duas irmãs. Para resolver esse problema decide inventar um duplo de si próprio. Trueba (que com o seu filme imediatamente anterior – BELLE EPOQUE – tinha ganho o Óscar para o melhor filme em língua estrangeira) faz com este filme a sua única incursão no cinema falado em inglês. DOSE DUPLA é uma comédia despretensiosa, eficaz quanto baste e com um elenco que se pode considerar de luxo. De James Gray, um dos mais estimulantes cineastas americanos da atualidade, TWO LOVERS conta a história de um homem dividido entre duas mulheres e duas promessas de vida completamente diferentes, a partir de um argumento vagamente inspirado nas NOTTE BIANCHE de Visconti. Como de costume na obra do cineasta, o ambiente é o das comunidades imigrantes de origem russa na zona de Nova Iorque. “Os filmes de James Gray, no seu pensamento como na sua expressão, são obras clássicas que reinventam a nossa conceção do classicismo. São, portanto, inteiramente modernos. Com autores como ele, o cinema não morrerá” (Jean Douchet). DOSE DUPLA é uma primeira exibição na Cinemateca.