28/11/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
FAUSTRECHT DER FREIHEIT
O Direito do Mais Forte à Liberdade
de Rainer W. Fassbinder
com Rainer W. Fassbinder, Peter Chatel, Ulla Jacobsen, Karlheinz Böhm
Alemanha, 1974 – 122 min / legendado em português
HYÈNES
de Djibril Diop Mambéty
com Ami Diakhate, Djibril Diop Mambéty, Mansour Diop
Senegal, 1995 – 110 min / legendado eletronicamente em português
Um dos filmes mais célebres de Fassbinder, que também desempenha o papel principal. O DIREITO DO MAIS FORTE À LIBERDADE foi um dos filmes que Fasssbinder fez a seguir à descoberta do cinema de Douglas Sirk, cujo universo cinematográfico transpõe de modo muito particular. O tema do filme é, mais uma vez a manipulação dos sentimentos: um proletário, que ganha na lotaria, torna-se amante de um burguês cujos negócios não correm bem. O filme começa como um sonho e acaba em pesadelo: depois de explorado até ao último tostão, o proletário é abandonado, num desenlace nada feliz. Autor de um clássico, TOUKI BOUKI (1973), o senegalês Djibril Diop Mambéty (1945-93) foi uma das figuras mais livres e independentes de todo o cinema africano. Em HYÈNES, adapta para o contexto africano um dos clássicos do teatro europeu do século XX, A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürenmatt. Uma mulher idosa e próspera (descrita no filme como “tão rica como o Banco Mundial”), outrora seduzida e abandonada, regressa à terra natal. Num cenário de crise, as autoridades locais querem convencê-la a doar o seu dinheiro à aldeia, mas ela impõe uma condição. Uma parábola sobre o poder do dinheiro e as fraquezas de uma comunidade, que se transforma numa tragédia que adquire ressonâncias únicas no contexto Senegalês. É a face do dinheiro, fria e determinada, como refere a música que enquadra O DIREITO DO MAIS FORTE À LIBERDADE, “Tudo e todos têm o seu preço”.