Adaptando Le Dernier Mitterrand de Georges-Marc Benamou, Robert Guédiguian ficciona o fim da vida de uma grande figura pública da política europeia e uma das mais emblemáticas personalidades do século XX, François Mitterrand: enquanto o presidente (cujo nome nunca é pronunciado no filme) trava uma última batalha com a doença, sentindo-se na proximidade da morte, um jovem jornalista empenhado em escrever as suas memórias tenta obter dele lições universais sobre a vida, que envolvem a política, a história, a literatura e o amor. Foi o primeiro filme não marselhês de Guédiguian, “cineasta de Marselha”, que também neste filme dispensa a sua trupe habitual de atores. “Protagonizado por um grande Michel Bouquet, o filme de Robert Guédiguian é certeiro, no seu trabalho sobre o verbo de Mitterrand (…). Mitterrand permanece um mistério político, e Bouquet encarna o mistério do jogo do ator. É no cruzamento destes dois enigmas que reside o verdadeiro trunfo deste passeio pela política-ficção”, escreveu-se no Libération. Primeira exibição na Cinemateca.