07/04/2014, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Abril
Ninotchka
Ninotchka
de Ernst Lubitsch
com Greta Garbo, Melvyn Douglas, Ina Claire, Bela Lugosi, Sig Ruman
Estados Unidos, 1939 - 110 min
legendado em português

NINOTCHKA é o filme que foi lançado com o slogan “Garbo ri!”, coisa que ela nunca fazia no cinema. Lubitsch teve a inteligência de modificar a figura esfíngica da vedeta num filme que é uma deliciosa sátira anticomunista e antipuritana. Greta Garbo é uma severa agente soviética que se deixa seduzir pelos encantos do capitalismo e pelos prazeres do corpo: as noites de Paris, o champanhe, os trajes elegantes e o amor de Melvyn Douglas.

07/04/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
25 de Abril, Sempre | Parte I. O Movimento das Coisas
Sofia e a Educação Sexual
de Eduardo Geada
com Io Apolloni, Luísa Nunes, Artur Semedo, Carlos Ferreiro, Conceição Isidoro
Portugal, 1973 - 100 min
O Cinema Já Era "Novo"

com a presença de Eduardo Geada

Segundo as próprias palavras do seu autor SOFIA E A EDUCAÇÃO SEXUAL “procura desmontar algumas das obsessões da burguesia nacional”. Produzido pouco antes da revolução de 74, o primeiro filme de Geada centra-se na história de uma jovem rapariga que, ao regressar do colégio onde foi internada após o falecimento da mãe, descobre na relação do seu pai com a amante uma realidade equívoca à qual não consegue escapar. A sua distribuição não escapará às malhas da censura.

07/04/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Abril
Die Dritte Generation
A Terceira Geração
de Rainer W. Fassbinder
com Volker Spengler, Bulle Ogier, Hanna Schygulla, Harry Baer
Alemanha, 1979 - 108 min
legendado em português

Fassbinder criticava frontalmente a hipocrisia e a pressão da sociedade sobre os indivíduos. Mas também criticava o que considerava o conformismo de grupos minoritários que se consideravam vítimas. Depois de irritar as feministas com AS LÁGRIMAS AMARGAS DE PETRA VON KANT e os homossexuais com O DIREITO DO MAIS FORTE À LIBERDADE, Fassbinder exasperou os partidários da extrema-esquerda com A TERCEIRA GERAÇÃO. Esta comédia sobre os grupos que apresentavam “a revolução” como uma espécie de conto de fadas, mostra um grupo de terroristas que é financiado, sem o saber, por um negociante de computadores, que espera poder vender mais computadores à polícia graças ao aumento das atividades terroristas.

07/04/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Abril
Akasen Chitai
A Rua da Vergonha
de Kenji Mizoguchi
com Machiko Kyo, Ayako Wakao, Aiko Mimasu
Japão, 1956 - 85 min
legendado em português

Se uma casa de família tiver muitas mulheres, será que se pode dizer que é, em certa medida, uma casa de meninas? Não responda! Venha antes ver este filme que Mizoguchi fez com aquela idade em que se pode dizer que a fama já vem de longe. Ou seja, se em qualquer idade se podem fazer perguntas, só com certa idade se encontram as respostas. Uma ajuda: é sem vergonha o filme de uma casa e é sem vergonha um retrato idealizado.

07/04/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
25 de Abril, Sempre | Parte I. O Movimento das Coisas
Entremês Famoso Sobre da Pesca do Rio Minho | Festa, Trabalho e Pão em Grijó de Parada | Falamos de Rio de Onor
duração total da sessão: 130 minutos
O Cinema Já Era "Novo"

ENTREMÊS FAMOSO SOBRE DA PESCA DO RIO MINHO
de Luís Galvão Teles, Manuel Carlos da Silva, Elso Roque
Portugal, 1972 – 33 min
FESTA, TRABALHO E PÃO EM GRIJÓ DE PARADA
de Manuel Costa e Silva
Portugal, 1973 – 34 min
FALAMOS DE RIO DE ONOR
de António Campos
Portugal, 1974 – 63 min

De carácter etnográfico, anterior a 1974, FESTA, TRABALHO E PÃO EM GRIJÓ DE PARADA é um título fundamental da obra de Costa e Silva, registando uma festa religiosa pagã e cristã associada ao solstício de inverno onde cabe uma dupla dimensão lúdica e política. A par de VILARINHO DAS FURNAS, FALAMOS DE RIO DE ONOR é um dos mais divulgados filmes de António Campos. A existência da aldeia transmontana, fronteiriça a Espanha, foi-lhe indicada em 1971 por Jorge Dias e o projeto nasce da vontade de comparar as comunidades de Vilarinho das Furnas e de Rio de Onor, exemplares de um regime comunitário então em extinção em Portugal. O filme é rodado entre outubro de 1972 e agosto de 1973 (numa altura em que o comunitarismo de Rio de Onor se encontrava já em decadência), mas, por dificuldades de pós-produção várias, foi exibido uma única vez em outubro de 1974, só tendo uma difusão mais alargada dois anos depois. A abrir a sessão, uma raridade que mostraremos numa cópia em vídeo: ENTREMÊS FAMOSO foi um dos primeiros filmes assinados coletivamente pelos seus realizadores. Como descrevia um “guia do espectador”, redigido para acompanhar a sua distribuição, procurava “penetrar um pouco no ‘espírito’ dessa região, na sua história, nas suas lendas, nos seus mitos (penetrar em profundidade nas realidades sociais não era possível nas condições concretas de produção do filme, feito em 1972), bem como olhar as coisas que iam sendo filmadas não de uma forma descritiva mas ‘emocional’”.