30/04/2014, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
25 de Abril, Sempre | Parte I. O Movimento das Coisas
Continuar a Viver – Os Índios da Meia Praia
de António da Cunha Telles
com José Veloso, José Romão/Foinhas, Fernando Romão, pescadores da Meia Praia
Portugal, 1976 - 108 min
Por uma Cultura Popular

com a presença de António da Cunha Telles

Cunha Telles filmou a experiência levada a cabo após o 25 de abril de 1974 na comunidade piscatória da Meia Praia, em Lagos: entre 74 e 76 foi ensaiado um projeto que implicou a substituição das casas tradicionais por moradias de pedra e a tentativa de criação de uma cooperativa de pesca. OS ÍNDIOS DA MEIA PRAIA conta com a célebre e lindíssima canção de Zeca Afonso. Esta projeção é uma ponte para a retrospetiva Cunha Telles, que começará em breve na Cinemateca.

30/04/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o IndieLisboa

Em colaboração com o IndieLisboa’14
Refúgio & Evasão
de Luís Alves de Matos
Portugal, 2014 - 66 min
legendado em inglês
Director’s Cut

com a presença de Luís Alves de Matos e Alberto Seixas Santos

Realizador, mas também crítico, professor e programador de cinema, o percurso de Alberto Seixas Santos está diretamente associado ao surgimento do Cinema Novo na viragem das décadas de sessenta e setenta, que marcou com obras fundamentais como BRANDOS COSTUMES e GESTOS & FRAGMENTOS (as suas duas primeiras longas-metragens, programadas este mês, na retrospetiva dedicada a “Abril”). É nele, um dos espíritos mais influentes no meio do cinema português, que Luís Alves de Matos se detém: “a partir do testemunho e experiência pessoal do cineasta Alberto Seixas Santos e das suas reflexões sobre a história do cinema fez-se a reconstrução de uma memória fílmica através de um processo de montagem. Um diálogo entre as imagens dos seus filmes e de cineastas que admira, cujos filmes contaminam este documentário como fantasmas que vêm assombrar o real. Para o realizador, ‘a questão central no cinema, como é a questão central na pintura, na música, onde quer que seja, é que só ficam as obras que correm riscos’”. Primeira exibição pública absoluta.

30/04/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Abril
Chagai, Soviet!
Avante, Soviete
de Dziga Vertov
URSS, 1926 - 81 min
mudo, intertítulos em russo legendados eletronicamente em português

Foi com CHAGAI, SOVIET! que Dziga Vertov respondeu à encomenda do executivo Soviete de Moscovo à Kultino (de cuja secção documental era responsável) de um registo cinematográfico sobre um ano de campanha eleitoral, o que lhe valeu alguns dissabores. Sem interesse em mostrar o funcionamento organizativo e administrativo ou a burocracia do soviete moscovita, Vertov realiza um filme em que põe em prática o seu manifesto de 1922, dando a ver como “batem os corações das máquinas”. “Explosivamente revolucionário, materialista e russo, num sentido peculiar, o da compreensão da força da terra, do solo”, escreveu Gil Abrunhosa na “folha” que acompanhou a sua única apresentação na Cinemateca, em 1987.

30/04/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
25 de Abril, Sempre | Parte I. O Movimento das Coisas
Gestos & Fragmentos
de Alberto Seixas Santos
com Otelo Saraiva de Carvalho, Eduardo Lourenço, Robert Kramer
Portugal, 1982 - 90 min
versão original legendada em inglês
Interrogar a Revolução

Também programado em "A Cinemateca com o IndieLisboa | Director's Cut em Contexto"

com a presença de Alberto Seixas Santos

“Ensaio sobre os militares e o poder”, frase que também pertence ao título de GESTOS E FRAGMENTOS, resume o espírito do filme, assente em três pontos de vista sobre o mesmo tema: os de Otelo Saraiva de Carvalho e de Eduardo Lourenço, nos seus próprios papéis, e o protagonizado por Robert Kramer, como um jornalista americano embrenhado na procura de explicações para o processo tomado pela Revolução portuguesa. “Certeiro e mortífero”. Um dos mais impressionantes olhares cinematográficos sobre a revolução de abril. O filme também está programado “em contexto” nas sessões “A Cinemateca com o IndieLisboa”.

30/04/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Abril
Zemlya
"A Terra"
de Aleksandr Dovjenko
com Stefan Schkurat, Sémen Svatchenko, Yulia Solntseva
URSS, 1930 - 87 min
intertítulos russos legendados em português

Grande clássico da História do cinema, A TERRA é um verdadeiro "cine poema" por onde desfilam das mais belas imagens que o cinema soviético produziu. Descrevendo a luta entre kulaks e kolkozes (proprietários da terra e cooperativas agrícolas), o filme de Dovjenko é, antes de mais, um deslumbramento lírico e uma manifestação panteísta. Muitas sequências do filme são das mais poéticas da história do cinema.