Cinemateca - Programação

14/03/2025, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro

O Cinema e Conrad, Conrad e o Cinema (I)

Razumov: Souls Les Yeux D`Occident

de Marc Allégret

com Pierre Fresnay, Danièle Parola, Michel Simon, Jacques Copeau, Pierre Renoir

França, 1936 - 95 min

legendado eletronicamente em português | M/12

No ano em que Hitchcock adaptou The Secret Agent em Inglaterra, M. Allégret adaptou em França Under Western Eyes, que, na obra conradiana, tinha sido o romance seguinte e aquele em que o escritor quisera desenvolver o universo político do anterior, concentrando-se agora na “alma russa” (“the very soul of things Russian”).
A história retomava o tema da “segunda oportunidade”, neste caso a expiação da culpa sentida pelo estudante Razumov de ter traído o seu colega Haldin – aquele que cometera um assassinato político e que Razumov se recusara a ajudar por temer ser envolvido na sua causa. De novo tudo era necessariamente simplificado, sendo reduzida a escombros a imensa subtileza da análise internacional. Por outro lado, se Allégret não era Hitchcock (o grande inventor de formas que sustentavam um outro tipo de complexidade), não faltou quem lhe elogiasse a consistência e apostasse na resistência futura desta obra, até mesmo quanto a uma certa proximidade ao escritor.. E, claro, como sempre com Allégret, sublinhou-se a relação com os atores – Fresnay pouco antes da GRANDE ILUSÃO, M. Simon pouco depois de L’ATALANTE, além de Barrault, Copeau, P. Renoir, Dasté… Primeira exibição na Cinemateca

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14/03/2025, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro

Bêka & Lemoine

em colaboração com o MAC/CCB

The Sense Of Tuning

de Ila Bêka, Louise Lemoine

França, Índia, 2023 - 96 min

legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12

Sessão com apresentação de Pedro Bandeira

THE SENSE OF TUNING é um retrato do arquiteto Bijoy Jain do Studio Mumbai, concebido como um esboço improvisado, capturado na dinâmica do movimento e do momento. Não se trata de um retrato hagiográfico que oferece uma imagem fixa do homem e da sua obra. Muito pelo contrário, o filme explora a matéria frágil e preciosa da sensibilidade do arquiteto com uma espontaneidade rara, revelando a forma como a sua perceção da emoção do espaço é cultivada. Concebido como uma experiência cinematográfica performativa, este filme capta a alquimia do encontro de um dia entre Bijoy Jain e Bêka & Lemoine — doze horas de intensa deambulação que nos fazem mergulhar na energia vital das ruas de Bombaim. A partir de anotações visuais feitas na intimidade do estúdio, observações de táticas informais da cidade e visitas a locais de produção, é-nos revelado como o trabalho de Bijoy Jain está intimamente ligado à cidade de Mumbai que lhe fornece inesgotáveis recursos e inspiração. Trata-se de um filme sensorial em que o gesto se torna a linguagem da intuição.

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14/03/2025, 19h30 | Sala Luís de Pina

Lux Prémio do Público 2025

Julie Zwijgt

O Silêncio de Julie

de Leonardo Van Dijl

com Tessa Van den Broeck, Grace Biot, Alyssa Lorette

Bélgica, Suécia, 2024 - 100 min

legendado em português | M/12

Longa-metragem de estreia do realizador belga Leonardo Van Dijl, JULIE ZWIJGT explora, de maneira quase documental (não exploratória), o clima de suspeição instalado num clube de ténis desde que um dos seus treinadores é suspenso por alegada conduta imprópria. Uma das suas atletas, Julie (Tessa Van den Broeck), prefere, numa primeira instância, remeter-se ao silêncio. De acordo com o realizador (e também argumentista) do filme, era importante que ela tivesse a habilidade de manter o segredo até estar pronta a desvendá-lo. A atriz é uma tenista na vida real, algo que é visível – e apreciável – nas sequências em que a câmara se fixa na energia e precisão dos seus exercícios no court.

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14/03/2025, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro

Ante-Estreias

Glauber, Claro

de César Meneghetti

com Silvano Agosti, Marco Bellocchio, Adriano Aprà

Brasil, 2020 - 80 min | M/12

com a presença do realizador

GLAUBER, CLARO explora o período de exílio de Glauber Rocha em Itália, entre 1970 e 1976. Através de entrevistas com amigos, familiares e colaboradores, o filme revisita este capítulo da vida do cineasta brasileiro, destacando a produção da sua penúltima longa-metragem, CLARO, filmada em Roma. Este documentário oferece um olhar profundo sobre a experiência do cineasta, e de outros artistas, da Itália dos anos 70, abordando movimentos como o Cinema Novo, o cinema underground, o neorrealismo, mas, sobretudo, a militância política.

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