05/11/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Realizado no início dos anos 1980 para ser visto como filme póstumo, VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES levou Manoel de Oliveira a filmar a casa da Rua Vilarinha, no Porto, projetada pelo arquiteto José Porto, que fez construir e foi a sua casa de família desde que se casou, em 1940, e durante cerca de quatro décadas mas foi forçado a vender (a “casa da Vilarinha” viria a ser classificada imóvel de interesse público, também pela sua histórica ligação ao modernismo português e pela singularidade como obra arquitetónica, a que estiveram ligados, além de José Porto, Viana de Lima e Cassiano Branco). Entre os momentos associados à vida nessa casa está a reconstituição da detenção de Oliveira pela PIDE, em 1963, altura em que conheceu o escritor Urbano Tavares Rodrigues. Na obra de Oliveira, é o filme seguinte a FRANCISCA, a partir de um argumento próprio com texto de Agustina Bessa-Luís, fotografia de Elso Roque, som de Joaquim Pinto e montagem coassinada com Ana Luísa Guimarães. VISITA OU MEMÓRIAS E CONFISSÕES é um filme autobiográfico, de “memórias e confissões”, facto que esteve na origem da vontade do realizador em mantê-lo inédito durante o seu tempo de vida. “Uma casa é uma relação íntima, pessoal, onde se encontram as raízes”, “a meu pedido, a Agustina fez um texto, muito bonito, a que chamou
Visita. E eu acrescentei-lhe algumas reflexões sobre a casa e sobre a minha vida” (Manoel de Oliveira).
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