14/11/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Fu Rong Jen
“A Cidade dos Hibiscos”
de Xie Jin
com Jian Wen, Liu Xioaqing
China, 1986 - 164 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Revolução
Um dos primeiros filmes que, na China Popular, procederam a um exame crítico (e em larga medida condenatório) do período da Revolução Cultural, numa tendência da produção chinesa que foi fomentada até à década de 1990. “A Cidade dos Hibiscos”, realizado pelo “histórico” Xie Jin, conta a história de um grupo de personagens, marginalizado e violentado durante a Revolução Cultural (apesar do seu entusiasmo pelo processo) e o modo como sobreviveram nos anos seguintes. Foi um grande sucesso de público na China, mas quase não foi visto no estrangeiro.

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14/11/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Impressões do Cinema Espanhol em Democracia

Em colaboração com Mostra Espanha 2024
El Puente
de Juan Antonio Bardem
com Alfredo Landa, Mara Vila, Miguel Ángel Aristu
Espanha, 1977 - 104 min
legendado eletronicamente em português | M/12
com a presença de Alberto Berzosa
EL PUENTE é um roadmovie protagonizado por Juan, um mecânico madrileno que, movido pela promessa de uns dias de sol, festa, praia e mulheres estrangeiras, ao final do dia decide ir na sua mota até à Costa del Sol sem se preocupar com a longa viagem. “Faz isso pela tite”, diz a si mesmo. Ao longo do percurso, uma série de encontros levam-no a conhecer pessoas e a viver situações típicas de uma sociedade espanhola em plena mudança, contraditória e plural, alheias aos mitos franquistas sobre a modernização e o turismo. O problema do desemprego, a situação do campesinato, os excessos da burguesia, a emigração ou a contracultura fazem parte do percurso de aprendizagem do protagonista no seu caminho para a praia da democracia.

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14/11/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: Angola
Uma Festa Para Viver | Nelisita
UMA FESTA PARA VIVER
Angola, 1975 - 35 min

NELISITA
Angola, 1983 - 64 min

de Ruy Duarte de Carvalho
duração total da projeção: 99 min | M/12

Formado em regência agrícola, Ruy Duarte de Carvalho era dos poucos angolanos com formação em cinema. Quando foi contratado pela Televisão Popular de Angola, era tempo do que chamou “cinema de urgência”, do registo do nascimento da nação. Nesse contexto realiza UMA FESTA PARA VIVER, registo das expectativas e tensões nos 15 dias que antecedem a independência, tanto de famílias residentes nos musseques de Luanda como de funcionários de antigas empresas portuguesas. Em 1979 inicia a série de filmes com os Mumuíla, “Presente Angolano: Tempo Mumuíla”, apoiando-se no conhecimento antropológico. Deste processo nascerá a primeira longa-metragem ficcional, NELISITA, retrato de um mundo dominado pela fome, com apenas duas famílias sobreviventes, onde, num armazém, espíritos guardam alimentos. A partir de um argumento escrito com base em peças da tradição oral nyaneka, Nelisita, o que se gera a si mesmo, é um salvador num filme visionário que, naquele início dos anos 80, antecipava as ameaças ao futuro angolano, ainda a desenhar-se. Filme de Estado é já uma obra de contestação ao mesmo.

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14/11/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Chris Marker – A Memória Das Imagens (Parte I)
À Bientôt, J’espère | La Charnière | Classe De Lutte
À BIENTÔT, J’ESPÈRE
de Chris Marker, Mario Marret
França, 1968 – 43 min / dobrado em português

LA CHARNIÈRE
de Antoine Bonfanti
França, 1969 – 12 min / legendado eletronicamente em português

CLASSE DE LUTTE
de Grupo Medvedkine de Besançon
França, 1969 – 40 min / legendado eletronicamente em português

duração total da projeção: 95 min | M/12

Os três filmes desta sessão centram-se na greve na fábrica Rodhiaceta, de Besançon, a qual teve lugar em março de 1967. Em A BIENTÔT, J’ESPÈRE, filme assinado conjuntamente por Chris Marker e Mario Marret e produzido pela SLON, estrutura coletiva impulsionada por Marker, os dois cineastas colocam a câmara ao serviço dos trabalhadores e das suas reivindicações. LA CHARNIÈRE, que mostramos pela primeira vez na Cinemateca, não é um filme, mas um registo sonoro gravado por Antoine Bonfanti após uma projeção de À BIENTÔT, J’ESPÈRE aos operários da fábrica de Besançon, que o acharam demasiado “romântico”. Na sequência de tal episódio, Marker propôs ensiná-los a usar as câmaras para filmarem a sua própria luta. Esta é a origem dos Grupos Medvedkine e de CLASSE DE LUTTE. Uma sessão que revela a profunda militância da obra do cineasta, que está na origem de vários coletivos. LA CHARNIÈRE e CLASSE DE LUTTE são apresentados em cópias digitais.

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