31/10/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Moderno Cinema da Bulgária: Diálogos com o Passado
A Byahme Mladi
“Éramos Jovens”
de Binka Jeliaskova
com Dimitar Buynozov, Rumyana Karabelova, Lyudmila Cheshmedzhieva
Bulgária, 1961 - 110 min
legendado em inglês e eletronicamente em português | M/12
Nome maior da Nova Vaga búlgara, Binka Jeliaskova assina a sua longa-metragem de estreia, uma história trágica de amor plenamente imersa no contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, numa Bulgária sob ocupação. Baseada na sua própria história de vida, ao lado do marido (e aqui argumentista) Hristo Ganev, Jeliaskova, mostra, num estilo cinematográfico extraordinariamente expressivo, a realidade dos resistentes antinazis, lutando mas não esquecendo de amar perante o avanço das tropas nazis. Dimo e Veska lutam pela sua pátria e pelo seu amor, num clima de grande desconfiança, inclusive entre “camaradas de armas”, e face a um futuro incerto. Venceu o prémio principal do Festival de Moscovo e foi um sucesso popular retumbante, tendo sido visto pela maioria dos búlgaros aquando da sua primeira passagem pelas salas.

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31/10/2024, 18h30 | Sala Luís de Pina
Com a Linha de Sombra
Side/Walk/Shuttle | This Side of Paradise | Autumn | High-Wire Act
SIDE/WALK/SHUTTLE
Estados Unidos, 1991 – 41 min

THIS SIDE OF PARADISE
Estados Unidos, 1991 – 14 min

AUTUMN
Estados Unidos, 2017 – 30 min

HIGH-WIRE ACT
Estados Unidos, 2023 – 4 min

filmes de Ernie Gehr
duração total da projeção: 89 min / som, sem legendas | M/12

SIDE/WALK/SHUTTLE é um vertiginoso estudo das topografias peculiares de São Francisco, revelando-se como uma sinfonia urbana inspirada pelo interesse de Ernie Gehr pela paisagem citadina e por reflexões em torno de uma vida em constante movimento. Filmado através de um elevador de vidro de exterior, ao longo das suas subidas e descidas, e explorando as possibilidades visuais e gravitacionais por ele proporcionadas, Gehr produziu uma obra admirável que, como afirmou P. Adams Sitney, “pode ser o mais espetacular exemplo da reformulação inventiva do mundo a partir de uma plataforma em movimento.” THIS SIDE OF PARADISE foi realizado no chamado “mercado polaco” de Potsdamer Platz, em Berlim Ocidental, pouco tempo antes da queda do muro, revelando-nos uma atmosfera singular que, “como uma mágica bola de cristal, reflete tanto o passado como o futuro” (Gehr). Como escreveu Tony Pipolo, referindo-se a AUTUMN como um dos melhores trabalhos do cineasta nos últimos anos, “as ressonâncias históricas e sociais do trabalho de Gehr são palpáveis na densidade das suas composições vivas”, registadas numa cidade em plena transformação. Ou, segundo as palavras do próprio artista, “à medida que as folhas de outono caem, um retorno afetuoso ao Lower East Side” (Nova Iorque). Relativamente a HIGH-WIRE ACT, um dos seus filmes mais recentes, Gehr propõe que nos deixemos “surpreender pela imagem e pelo que ela nos oferece”. Os quatro filmes são apresentados nos seus suportes originais, os dois primeiros em película 16mm, e os dois mais recentes em vídeo digital. Primeiras apresentações na Cinemateca, com exceção de SIDE/WALK/SHUTTLE. A projeção é precedida pela apresentação do livro dedicado a Ernie Gehr.

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31/10/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
Götter Der Pest
“Os Deuses da Peste”
de Rainer W. Fassbinder
com Harry Baer, Hanna Schygulla, Margarethe von Trotta, Günther Kaufmann, Ingrid Caven
Alemanha, 1969 - 91 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Futuro
No começo da sua carreira, Fassbinder realizou três peculiares filmes de gangsters: “O AMOR É MAIS FRIO DO QUE A MORTE”, “OS DEUSES DA PESTE” e “O SOLDADO AMERICANO”. “OS DEUSES DA PESTE” é um filme talvez ainda mais desencantado do que “O AMOR É MAIS FRIO DO QUE A MORTE”. Franz Walsch (Harry Baer) – homem mudo e soturno – sai da prisão para descobrir que a cidade de Munique se tornou decadente e perversa. Fassbinder assina a sua variação irónica e homoerótica sobre o film noir, com uma femme fatale (Hanna Schygulla), um homicídio, um detetive, uma nova amante (Margarethe von Trotta) e uma mulher misteriosa (Ingrid Caven). É a história de um mundo onde não há redenção, onde o amor é impotente, é a história de um destino que se fecha sobre a sua vítima como numa tragédia clássica, mesmo quando os “deuses” que regem este destino são humanos. A apresentar em cópia digital.
 
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31/10/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Que Farei Eu com Esta Espada?
La Belle Équipe
Uma Mulher que Não Vence
de Julien Duvivier
com Jean Gabin, Charles Vanel, Raymond Aimos, Viviane Romance, Micheline Cheirel
França, 1936 - 103 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Comunidade
Nome maior do “Realismo Poético”, Julien Duvivier assinava em 1936 um dos grandes sucessos populares à época, muito devido ao carisma de Jean Gabin, ator que acabou por rodar sete vezes sob a batuta deste mesmo cineasta, a quem ficou a dever porventura o seu papel mais marcante, como o anti-herói de PÉPÉ LE MOKO. O motor da narrativa – argumento coescrito por Charles Spaak – é a amizade masculina tornada parceria e negócio. A sorte de cinco homens pobres e em apuros muda quando lhes sai a sorte grande na lotaria. A “bela equipa” junta-se e investe na criação de um gigantesco bar popular (guinguette), apostando na ideia de um coletivo de trabalho que será perturbada com a entrada em cena de uma mulher (Viviane Romance). Um belo filme. A apresentar em cópia digital.

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