26/01/2023, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
“Ainda te lembras de como antes exercitávamos o pensamento? Costumávamos partir de um sonho. Perguntávamo-nos como era possível que, na obscuridade total, em nós surgissem cores de tal intensidade. Diziam-se grandes coisas, coisas importantes, espantosas, profundas e justas, num tom de voz doce e baixo. Imagem e palavra. Dir-se-ia um pesadelo escrito numa noite de tempestade. Sob os olhos do Ocidente, os paraísos perdidos. A guerra aí está.” O texto é o da sinopse do filme que regressa a uma reflexão sobre o cinema e o estado do mundo a partir da matéria das imagens e dos sons. A voz do narrador é a de Jean-Luc Godard, que compôs o seu filme em cinco capítulos, como os cinco dedos de uma mão, e afirma – “a verdadeira condição do homem: pensar com as suas mãos”. “Remakes” (uma história de guerras e catástrofes que se repetem); “As Noites de São Petersburgo”; “Estas flores entre os trilhos, no vento confuso das viagens” (a partir de Rilke); “O espírito das leis” (evocando Montesquieu); “A Região Central” (como o título do filme de 1971 de Michael Snow). “Dizer que o LIVRO DE IMAGEM é de uma grande coragem e sem precedentes é uma platitude. Mas é o meu sentimento” (Bernard Eisenschitz, numa carta a Jean-Luc Godard publicada no material de imprensa).
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