CICLO
O Que Quero Ver


Retomamos este mês a “tradição” iniciada em 2020 de apresentar em dezembro uma versão “expandida” da rubrica para oferecer, dentro do espírito da quadra natalícia, uma resposta mais robusta às muitas solicitações dos espectadores da Cinemateca que fomos recebendo ao longo dos 11 meses anteriores. Uma escolha eclética de cinco filmes – três deles absolutamente inéditos nas salas da Rua Barata Salgueiro - programada a partir dos contributos dos nossos espectadores.
 
02/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Que Quero Ver

Lamerica
de Gianni Amelio
Itália, França, Suíça, Áustria, 1994 - 116 min
02/12/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo O Que Quero Ver

Silver Streak
O Expresso de Chicago
de Arthur Hiller
Estados Unidos, 1976 - 112 min
05/12/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo O Que Quero Ver

La Mort en Direct
A Morte em Directo
de Bertrand Tavernier
França, RFA, 1980 - 130 min
 
23/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Que Quero Ver

Le Goût des Autres
O Gosto dos Outros
de Agnès Jaoui
França, 2000 - 112 min
 
23/12/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo O Que Quero Ver

The Prowler
O Cúmplice das Sombras
de Joseph Losey
Estado Unidos, 1951 - 92 min
02/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Que Quero Ver
Lamerica
de Gianni Amelio
com Enrico Lo Verson, Michele Placido, Piro Mikani
Itália, França, Suíça, Áustria, 1994 - 116 min
legendado em português | M/12
Multipremiado filme, ovacionado pela crítica no seu tempo e hoje algo esquecido, que retoma a matriz realista do cinema italiano para contar uma história sobre dois italianos burlões em busca de uma “segunda oportunidade” nas suas vidas, no país “refundado” da Albânia depois da queda do regime comunista. Misturando melodrama com humor negro, Amelio recorreu sobretudo a atores amadores, alguns deles “encontrados” nas ruas da Sicília, e baseou-se, de forma livre, na história de vida de seu pai, que partiu da Itália do pós-guerra para “a terra prometida”, os Estados Unidos. A crise de refugiados albaneses em Itália, no início dos anos 90, permitiu-lhe contar essa história de uma maneira (ainda hoje) politicamente atual, por se debruçar sobre temas tão candentes como a imigração, a pobreza, a corrupção e a ganância. “Um retrato épico e multifacetado da Europa pós-comunista despertada do seu torpor pela televisão e o consumismo”, descreveu-o assim Jonathan Rosenbaum. Primeira apresentação na Cinemateca.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
02/12/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Que Quero Ver
Silver Streak
O Expresso de Chicago
de Arthur Hiller
com Gene Wilder, Jill Clayburgh, Richard Pryor
Estados Unidos, 1976 - 112 min
legendado em português | M/12
Durante uma viagem de comboio entre Los Angeles e Chicago, um tímido executivo é testemunha do misterioso desaparecimento de um passageiro e vê-se preso numa conspiração envolvendo toda a gente a bordo. Misturando o thriller e a comédia, o ponto de partida do argumento de SILVER STREAK é assumidamente inspirado em THE LADY VANISHES de Hitchcock.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
05/12/2022, 19h30 | Sala Luís de Pina
O Que Quero Ver
La Mort en Direct
A Morte em Directo
de Bertrand Tavernier
com Romy Schneider, Harvey Keitel, Harry Dean Stanton
França, RFA, 1980 - 130 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Primeiro filme de Bertrand Tavernier rodado em língua inglesa, com um elenco de luxo e uma ambiciosa premissa de ficção científica que dita o seguinte: com os avanços significativos da medicina, a morte por doença tornar-se-á uma raridade tão grande que um produtor televisivo pouco escrupuloso (Harry Dean Stanton) tentará transformar a história de uma mulher gravemente doente (Romy Schneider) no assunto principal para um reality show. O repórter interpretado por Harvey Keitel estará responsável pelo registo de (indiscutível) mau gosto, mediante uma câmara implantada na sua vista, um vertoviano cine-olho em tempos decididamente orwellianos. Adaptado de um romance de David Compton, The Unsleeping Eye, LA MORT EN DIRECT, também conhecido por DEATH WATCH, teve uma receção fria por parte da crítica (“demasiado inteligente para o seu bem”, apontou Vincent Canby do The New York Times), o que tem vindo a ser objeto de reavaliação nos últimos tempos, valendo cada vez mais a ideia, veiculada pela Télérama, de que este é um filme algo premonitório sobre “a moral do olhar”.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
23/12/2022, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Que Quero Ver
Le Goût des Autres
O Gosto dos Outros
de Agnès Jaoui
com Anne Alvaro, Jean-Pierre Bacri, Alain Chabt, Agnès Jaoui
França, 2000 - 112 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Escrito e interpretado por Agnès Jaoui e Jean-Pierre Bacri, casal antes associado na escrita dos argumentos de dois filmes de Alain Resnais, SMOKING/NO SMOKING e ON CONNAÎT LA CHANSON. Trata-se de um olhar divertido e adulto sobre a vida para lá dos 35, ambientado em Rouen, França. História protagonizada por três homens e três mulheres colocados em oposição, numa espécie de puzzle sentimental que vai expondo as forças e fraquezas de cada personagem de maneira airosa e, a espaços, encantadora. Para Luís Miguel Oliveira (Público), “o filme possui uma vibração ‘concreta’ e quase táctil que lhe vem da gestão dos tempos, da articulação da energia dos atores, e até da montagem”. Primeira apresentação na Cinemateca.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui
23/12/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Que Quero Ver
The Prowler
O Cúmplice das Sombras
de Joseph Losey
com Van Heflin, Evelyn Keyes, John Maxwell
Estado Unidos, 1951 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
À época da sua estreia visto como uma variação menor de DOUBLE INDEMNITY, este filme escrito por Dalton Trumbo e realizado por Joseph Losey acabou por ser considerado não só um dos melhores da fase americana de Losey, antes da sua fuga para Inglaterra, devido ao período negro da “caça às bruxas”, vulgo McCarthismo, como conquistou um culto crescente desde o seu restauro e relançamento no mercado home cinema. Protagonizado por Van Heflin e Evelyn Keyes, esta história de traição e homicídio, enredo particularmente perverso que surpreende e choca ainda hoje, teve como produtor não creditado John Huston, marido de Keyes, que pretendia fazer deste título um veículo para a sua mulher. Depois de ter caído no esquecimento, THE PROWLER tem sido objeto de uma importante reavaliação crítica: Eddie Muller, o “czar do noir”, soube ver nele uma crítica feroz à sociedade americana e Bertrand Tavernier considerou-o um dos maiores noirs da história. Primeira apresentação na Cinemateca.

consulte a FOLHA DA CINEMATECA aqui